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Mãe de vítima do massacre em Realengo diz que prefeitura do Rio paga ajuda de custo

Hanrrikson de Andrade<BR>Especial para o UOL Notícias<BR>No Rio de Janeiro

05/09/2011 18h23

Parentes das crianças mortas durante o massacre na escola Tasso da Silveira, em abril deste ano em Realengo, zona oeste do Rio de Janeiro, participaram de uma reunião na manhã desta segunda-feira (5) com o secretário municipal de Assistência Social, Rodrigo Bethlem, para dialogar sobre o processo de acompanhamento oferecido a parentes das vítimas e sobreviventes da chacina.

A presidente da Associação Anjos de Realengo, Adriana Maria da Silveira Machado (mãe da estudante Luísa Paula da Silva, que completaria 15 anos nesta segunda-feira), afirmou ao UOL Notícias que já foram resolvidas as divergências em relação ao auxílio financeiro pago pela prefeitura após a tragédia do dia 7 de abril.

"As crianças estão recebendo toda a assistência. O dinheiro está sendo pago corretamente", disse. A Secretaria Municipal de Assistência Social não soube informar se esse tema foi discutido na reunião.

Adriana não quis entrar em detalhes sobre os valores do auxílio. "Não me sinto confortável para falar sobre isso", afirmou. Segundo a Comissão de Direitos Humanos e Minorias da Câmara dos Deputados, a ajuda de custo é de R$ 700.

Após audiência para ouvir as reclamações da Associação Anjos de Realengo, na segunda semana de agosto, a deputada federal Liliam Sá, vice-presidente da comissão, acusou a prefeitura do Rio e o governo estadual de não cumprirem com as promessas de auxílio feitas depois da chacina.

Uma das principais queixas listadas pelos deputados foi a necessidade de prorrogação da ajuda de custo, que teria sido suspensa pela prefeitura. O governo municipal não se pronunciou sobre o assunto. Na ocasião, os parentes das vítimas também reclamaram de omissão quanto ao atendimento nas áreas de educação, saúde, moradia etc.

Caminhada

Cerca de 50 pessoas promoveram neste domingo (4) um ato para lembrar o massacre no colégio Tasso da Silveira e pedir paz em todas as escolas. A caminhada, organizada pela Associação Anjos de Realengo, aconteceu na praia de Copacabana, zona sul da capital.

Parentes e amigos das vítimas, vestidos de branco, levaram balões e cartazes com imagens de crianças assassinadas pelo ex-aluno Wellington Menezes de Oliveira, que ficou conhecido como "o atirador de Realengo".

O massacre

Em 7 de abril, por volta de 8h30, Wellington Menezes de Oliveira entrou na escola Tasso da Silveira, em Realengo, dizendo que iria apresentar uma palestra. Já em uma sala de aula, o jovem de 23 anos sacou a arma e começou a atirar contra os estudantes. Segundo testemunhas, o ex-aluno da escola queria matar apenas meninas.

Wellington deixou uma carta com teor religioso, na qual orientava como queria ser enterrado, e deixou sua casa para associação de proteção de animais.

O ataque, sem precedentes na história do Brasil, foi interrompido após um sargento da polícia, avisado por um estudante que conseguiu fugir da escola, balear Wellington na perna. De acordo com a polícia, o atirador se suicidou com um tiro na cabeça após ser atingido. Wellington portava duas armas e um cinturão com muita munição.

Doze estudantes morreram - dez meninas e dois meninos - e outros 12 ficaram feridos no ataque.