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BH e região metropolitana registram chuva após 115 dias de estiagem; parque Rola-Moça terá área vistoriada esta semana

Rayder Bragon

Especial para o UOL Notícias <br> Em Belo Horizonte

03/10/2011 16h30Atualizada em 03/10/2011 18h53

A capital mineira e a região metropolitana registraram, nesta segunda-feira (3), chuva com mais volume após 115 dias de estiagem, período no qual foram verificadas apenas chuvas localizadas e de pouca intensidade. De acordo com o centro de meteorologia da Cemig (Companhia Energética de Minas Gerais), é a primeira vez, desde o dia 9 de junho deste ano, que há a ocorrência de chuva mais significativa, dando oportunidade para a diminuição de queimadas na região metropolitana, que afetaram de forma contundente a vegetação de parques e matas.

Conforme Carlos Wagner Coelho, técnico de planejamento energético do Centro de Meteorologia da Cemig, há previsão de chuva mais contínua para os próximos dois dias. A companhia considera chuva registrada acima de 5mm/dia como sendo consistente.

“Ela já está chegando próximo disso. Apesar de ser uma chuva fina, ela está sendo mais prolongada”, afirmou. Outro alívio será sentido pelos moradores na qualidade da umidade relativa do ar, que segundo o especialista, tende a melhorar.

No dia 5 de setembro, a capital mineira chegou a registrar 13% de umidade no ar. De acordo com a OMS (Organização Mundial de Saúde), patamares acima ou próximos de 60% são considerados ideais para que a saúde da população não seja afetada.

Queimadas pelo Estado

Ainda conforme o técnico, chove ou há possibilidade de chuvas em boa parte do Estado de Minas Gerais, que está sofrendo a influência de uma frente fria.

A secretaria de Meio Ambiente divulgou balanço nesta segunda-feira em que aponta que o parque estadual do Rio Doce apresenta foco de incêndio, que se iniciou neste domingo (2). O trabalho está sendo feito por 30 brigadistas e 30 bombeiros. As equipes estão recebendo apoio de um avião especialmente preparado para combate a incêndios.

O parque está situado no sudoeste do Estado, a 248 km de Belo Horizonte, na região do Vale do Aço, nos municípios de Marliéria, Dionísio e Timóteo. Ainda não há informação sobre a área atingida.

Ainda conforme o órgão, a equipe do parque estadual Pico do Itambé, localizado nas cidades de Santo Antônio do Itambé, Serro e Serra Azul de Minas, tenta controlar um foco de incêndio no local. Houve solicitação de ajuda dos bombeiros de Itaúna e Divinópolis, mas ainda não há levantamento dos danos.  

Já no parque estadual Serra do Cabral, situado em Buenópolis e Joaquim Felício, um incêndio de grande proporção afeta o local. Além de voluntários, guardas do parque e bombeiros, com auxílio de um helicóptero e um avião, atuam na tentativa de debelar as chamas.

De acordo com a Defesa Civil de Minas Gerais, 109 cidades mineiras decretaram situação de emergência por causa da estiagem.

Incêndios anteriores

O gerente do parque estadual Rola-Moça, o biólogo Marcus Vinícius de Freitas afirmou que os trabalhos para aferição da área atingida por focos de incêndio serão feitos ainda nesta semana. O parque, uma das mais importantes áreas de preservação ambiental do Estado de Minas Gerais, teve o seu pior incêndio desde que foi fundado, em 1994.

Os 4.000 hectares serão vistoriados por equipe a bordo de um helicóptero, informou o administrador. “A área é muito grande. A gente vai usar o GPS na aeronave para chegar à área total (destruída pelo fogo)”, afirmou.

O parque fica nos municípios Belo Horizonte, Brumadinho, Nova Lima e Ibirité. O local é considerado a terceira maior reserva em área urbana do país. Os focos de incêndio no local começaram no dia 23 do mês passado e somente foram extintos na última quarta-feira (28).

No entanto, focos de incêndio foram observados em vegetação na parte externa do parque. “A gente continuou, no sábado e no domingo (passados) com frentes de trabalho para essas áreas queimadas no entorno”, explicou. Freitas disse que as chuvas desta segunda-feira vão contribuir para o controle desses incêndios.

Outra área verde afetada por incêndios na capital mineira foi o parque das Mangabeiras. De acordo com o diretor de parques da área sul, Homero Brasil, no domingo retrasado (25) um grande incêndio destruiu 10 hectares do local, que conta com 232 hectares de área total.

Ainda de acordo com o administrador, o incêndio foi criminoso, mas extinto no mesmo dia. “Pessoas que frequentavam neste dia o parque apontaram um suspeito de ter ateado o fogo na mata. Mas ele conseguiu escapar”, afirmou.

O parque é contíguo à Serra do Curral, um dos cartões-postais de Belo Horizonte, que também foi severamente atingida pelas chamas. Segundo Brasil, somente na parte da serra situada na capital mineira, com aproximadamente 40 hectares, 30 deles foram consumidos pelas chamas.