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"Nunca explorei mulheres", diz Oscar Maroni, condenado a 11 anos de prisão

Oscar Maroni Filho, 60, dono da boate Bahamas, condenado por prostituição - Fabio Braga/Folhapress - 07.jul.2011
Oscar Maroni Filho, 60, dono da boate Bahamas, condenado por prostituição Imagem: Fabio Braga/Folhapress - 07.jul.2011

Guilherme Balza

Do UOL Notícias <BR> Em São Paulo

04/10/2011 17h21

Após ser condenado a 11 anos e oito meses por favorecer a prostituição, o empresário Oscar Maroni Filho, 60, afirmou que irá recorrer da decisão e que “nunca explorou mulheres”. Maroni é proprietário da boate de luxo Bahamas, que fica em Moema, bairro nobre da zona sul de São Paulo.

“Estou entrando com recurso em segunda instância. Em 20 anos, já fui processado na Justiça por seis vezes e é a terceira vez que recorro de uma condenação. Sempre fui inocentado”, afirma Maroni.

O empresário diz que as garotas de programa são clientes do Bahamas, e não funcionárias, e que qualquer mulher ou homem poderia usar a casa para fazer programas. “Eu nunca fiz exploração alheia. Eu abro as portas [do Bahamas], o homem paga para entrar, a mulher paga para entrar”, diz.

Maroni poderá recorrer da decisão em liberdade. Segundo a denúncia do Ministério Público, garotas de programa trabalhavam de forma habitual na boate e faziam programas nas suítes, atividades que geravam lucro para a empresa. As mulheres ganhavam cerca de R$ 300 por programa e realizavam jornada diária de oito horas, afirma a denúncia.

Oscar Maroni é condenado a mais de 11 anos de prisão

“É mentira. Eu nunca paguei ninguém. Elas [as garotas de programa] pagam para entrar. É uma questão de princípio: tenho plena consciência que exploração sexual é criminoso”, afirma o empresário.

R$ 1 milhão por mês

O MP diz ainda que as garotas de programa eram fiscalizadas pela casa pra realizarem programas no menor tempo possível, de modo a conseguirem fazer um número maior de programas e atraírem mais clientes para a casa. “Isso não procede. A lei me dá o direito de ser um hotel e cobrar por horários fracionados. O cliente paga por hora."

A sentença diz que "durante décadas Oscar Maroni Filho fez da exploração da prostituição alheia a fonte de sua fortuna, transformando-a em negócio que gerava R$ 1 milhão por mês, incontroversamente.”

“A frase que não cala: porque só eu e o Bahamas? Isso me magoou muito como pessoa. Agora eu pego 11 anos de cadeia porque eu sou famoso? Não seria burro de fazer isso. Os locais que exploram mulheres são essas casinhas de massagem, e não as casas grandes”, questiona Maroni. “Se é assim, tem que condenar a noite inteira de São Paulo."