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Prefeitura de São Paulo libera funcionamento do shopping Center Norte

Guilherme Balza <BR> Do UOL Notícias

Em São Paulo

06/10/2011 20h24Atualizada em 06/10/2011 20h38

A Prefeitura de São Paulo informou, em nota divulgada por volta de 20h20, que suspendeu a interdição do shopping Center Norte, fechado desde ontem (5), depois que o estabelecimento adotou medidas para controlar a medição de gás metano no solo do shopping. Com a autorização, o Center Norte reabrirá nessa sexta (7), segundo informou a assessoria do local. O Lar Center e o supermercado Carrefour também abrem nessa sexta.

A liberação foi realizada após o prefeito Gilberto Kassab (PSD) ter visitado o local hoje junto com o secretário estadual de Meio Ambiente, Bruno Covas (PSDB), e técnicos da Cetesb (Companhia Ambiental do Estado de São Paulo). Na ocasião, o prefeito recebeu um laudo da Cetesb atestando que o shopping implantou as medidas emergenciais solicitadas.

Um grupo formado por representantes das secretarias municipais de Meio Ambiente, Controle Urbano e Coordenação das Subprefeituras analisou o laudo da Cetesb e decidiu liberar o funcionamento do shopping.

Mais locais contaminados

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Dez drenos foram colocados no complexo após a Cetesb recomendar a instalação de nove equipamentos. A companhia diz que considera atendida a exigência de instalação de um sistema emergencial para extração do gás. Com isso, a multa diária foi suspensa.

Além dos drenos, o Center Norte abriu 27 poços de medição de gases no solo. Em 23 deles foi constatado "pressão negativa", condição desfavorável para o gás subir ao shopping. Nos quatro restantes foi detectado "vácuo" --ausência de gases que causariam combustão.

"Estou convencido de que o shopping errou pois deveria ter tomado providências anteriormente. Estou convencido de que a prefeitura acertou na interdição e que agora o shopping tomou as providências necessárias", disse o prefeito, após a vistoria.

De acordo com o governo, as demais áreas ao redor do shopping Lar Center, Expo Center Norte, Carrefour, Novotel, um prédio da Defesa Civil e o Conjunto Habitacional Cingapura na avenida Zaki Narchi têm 120 dias para investigar se há gás tóxico no subsolo, seguindo um protocolo estabelecido pela Cetesb.

Leia a íntegra da nota da Cetesb

A Companhia Ambiental do Estado de São Paulo – CETESB, suspendeu a penalidade de multa diária de R$ 17.450,00 imposta, desde 19 de setembro, ao Shopping Center Norte, por considerar que foi atendida exigência feita pela agência para a instalação de um sistema emergencial de drenos destinado à extração do gás metano confinado em bolsões no subsolo do empreendimento. Após vistoria feita ontem (5/10), os técnicos da companhia ambiental constataram que o sistema de 10 drenos verticais estava operando em sua totalidade.

Dos 27 poços monitorados ontem, apenas 2 acusaram pressão suficiente para a migração do metano ao ambiente interno do shopping. Os resultados permitiram avaliar que a operação dos drenos gerou pressão negativa no interior de grande parte dos poços situados nas imediações dos drenos, condição necessária para se prevenir a entrada do gás para o interior do edifício. Ressalta-se, porém, que se trata de uma primeira medição, sendo necessária sua continuidade para confirmar a eficiência e a eficácia do sistema implantado.

Apesar de atendida a exigência para a instalação dos drenos nas áreas mais críticas e emergenciais, a CETESB continua determinando que o Center Norte complemente as investigações em outras áreas do empreendimento, de 300 mil metros quadrados e 331 lojas, para se verificar a necessidade de ampliação do sistema de exaustão do metano. Também terá que complementar as investigações nas áreas do Lar Center e supermercado Carrefour.

Entenda o caso

Na semana passada, a Prefeitura de São Paulo anunciou a interdição do shopping com base em laudos da Cetesb, que atestaram a área como crítica pela presença de gás metano, que é altamente inflamável. No complexo de 110 mil m², está, além do shopping, o Lar Center (do mesmo grupo), um hipermercado Carrefour (que aluga o terreno), um estacionamento para milhares de carros e uma loja da rede de artigos esportivos Decathlon.

Os empreendimentos foram erguidos em uma área onde funcionava um lixão até o começo dos anos 80. A decomposição do lixo liberou gases que se concentraram no subsolo desses imóveis, o que pode gerar uma explosão.

O shopping entrou na Justiça contra a interdição e obteve uma liminar na 7ª Vara da Fazenda Pública. Na terça-feira (4), a liminar foi cassada e o estabelecimento, fechado no dia seguinte.

*Com informações de Ana Paula Rocha e da Agência Estado