Topo

Zoológico do Recife estuda devolver tubarão-lixa ao mar por falta de local adequado

Tubarão-lixa de zoo do Recife pode voltar ao mar porque atual espaço é pequeno para a espécie - Aliny Gama/UOL
Tubarão-lixa de zoo do Recife pode voltar ao mar porque atual espaço é pequeno para a espécie Imagem: Aliny Gama/UOL

Aliny Gama<BR>Especial para o UOL Notícias<BR>Em Maceió

07/10/2011 13h15

O tubarão-lixa do zoológico de Recife (PE) vai ganhar uma casa nova nos próximos meses. Atendendo a uma recomendação da Delegacia de Proteção ao Meio Ambiente (Depoma), o Parque Estadual de Dois Irmãos interditou o aquário onde vive o animal.

Um projeto está sendo desenvolvido para ampliar o tanque do oceanário do parque. Porém, a falta de um local para abrigar o tubarão durante as obras pode impedir a ampliação do tanque onde vive, e o animal pode ser libertado de volta ao oceano.

Segundo relatório feito pelos policiais, o tanque tem 4,4 m², mas deveria ter 24m². A capacidade de 14 mil litros é inadequada para manter o tubarão fêmea, que já mede  1,90 metro. Segundo normas do Ibama (Instituto Brasileiro de Meio Ambiente e Recursos Renováveis), o animal deveria estar num aquário seis vezes maior que seu tamanho.

“O horto deve transferir o tubarão para um espaço de acordo com as normas de cativeiro o mais rápido possível. Apesar de ter apenas um tubarão no aquário, o tamanho está inadequado para o porte da espécie lixa, que pode chegar a 4 metros de comprimento”, afirmou a delegada da Depoma, Verônica Azevedo.

O parque informou que só deve iniciar a ampliação em março de 2012, quando o tubarão será transferido para um aquário maior. Enquanto o projeto não é concluído, e as obras não são iniciadas, o tubarão-lixa está com destino incerto.O zoológico informou que está com dificuldades de encontrar um local provisório adequado para o tamanho do animal. Segundo o biólogo Alex Zanotti, até agora não foi encontrado nenhum oceanário que aceite a doação do tubarão, nem tampouco um aquário ideal para o porte da espécie.

Doado há cinco anos

Veterinários e biólogos do parque e integrantes do Departamento de Oceanografia da UFRPE (Universidade Federal Rural de Pernambuco) ainda estudam a melhor forma de transferência para não causar estresse no animal.

“Diante desse impasse, temos duas possibilidades para melhorar a qualidade de vida desse animal: construir um aquário maior, de acordo com as normas, ou fazer a adaptação dele no seu habitat natural para soltarmos ele no mar e ficarmos monitorando através de chip eletrônico”, disse Zanotti.

O tubarão-lixa fêmea está no parque de Recife há cinco anos e foi doado pelo Aquário de Natal. Para manter os animais no oceanário, o parque tem uma despesa de cerca de R$ 14 mil por ano com alimentação, além do gasto mensal de R$ 800 com manutenção da bomba do aquário e a aquisição de água do mar, que é trocada uma vez por mês e é trazida num caminhão-pipa do município de Rio Formoso, a 89 quilômetros do Recife.