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No Rio Grande do Sul, assassino em série recebe última condenação e pena ultrapassa 230 anos

Lucas Azevedo

Especial para o UOL Notícias <br> Em Porto Alegre

11/10/2011 19h12

Apontado como um assassino em série que matou oito meninos no norte gaúcho entre 2002 e 2004, Adriano da Silva, 33, foi condenado nesta terça-feira (11) pela última morte da qual havia sido responsabilizado.

Em um julgamento que durou cerca de seis horas, o Tribunal do Júri de Passo Fundo (a 280 km de Porto Alegre), no norte do Rio Grande do Sul, sentenciou o paranaense a 32 anos, dois meses e 15 dias de prisão por homicídio, estupro de vulnerável e ocultação de cadáver. Com essa decisão, sua pena ultrapassa 232 anos a serem cumpridos atrás das grades pelos crimes que ele próprio assumiu.

O julgamento de hoje dizia respeito ao assassinato do menino Volnei Siqueira dos Santos, morto em julho de 2003, aos 12 anos. Essa foi a segunda vez que Silva enfrentou o júri pela mesma morte. Em setembro de 2008, o Tribunal de Justiça anulou o julgamento, ocorrido em 2007, alegando descaso na defesa de Silva, sustentada por um defensor público.

Silva assumiu oito das 12 mortes atribuídas a ele. Suas vítimas eram meninos pobres, com idade entre 8 a 13 anos, na região de Passo Fundo.

Ele foi preso em 2004, depois de denunciado por uma testemunha que afirmava tê-lo com uma das vítimas. Na época, ele estava foragido do sistema prisional do Paraná, onde cumpria pena de 27 anos pelo assassinato e ocultação de cadáver de um taxista.

Refugiado no Rio Grande do Sul, Silva sobrevivia de bicos e apresentava a carteira de identidade de seu irmão. Durante sua caçada, foi detido quatro vezes pela polícia gaúcha, a qual o acusou de delitos leves, como furto e posse de faca, antes de atribuir a ele os assassinatos.

Naquele momento confessou a morte de 12 crianças, mas depois recuou, afirmando ter sido coagido pelos policiais. Entretanto, descreveu cenas de crimes com precisão, e seu sêmen foi encontrado no corpo de algumas da vitimas. Silva atraía os meninos com a promessa de dinheiro em troca de pequenos trabalhos. Em um local deserto, agredia e estuprava a vítima. Depois, a estrangulava.
 
A reportagem do UOL Notícias tentou contato com seu advogado, mas não teve sucesso. Adriano da Silva cumpre pena na Penitenciária de Alta Segurança de Charquedas.