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Receita apreende segundo contêiner com restos hospitalares dos EUA no porto de Suape (PE)

Aliny Gama<BR>Especial para o UOL Notícias<br>Em Maceió

13/10/2011 15h08Atualizada em 13/10/2011 17h56

Em dois dias, fiscais da Receita Federal descobriram dois contêineres repletos de restos e lixo hospitalares vindos dos Estados Unidos. O material foi descarregado por um navio no porto de Suape, em Ipojuca (PE). As cargas teriam como destino final a cidade de Santa Cruz do Capibaribe (185 km de Recife), uma das cidades do pólo têxtil de Pernambuco.

Na manhã desta quinta-feira (13), técnicos da alfândega constataram que o porto recebeu o segundo contêiner com restos e lixo hospitalares importado. O contêiner foi descarregado há cinco dias e foi importado como lote de tecidos de algodão com defeito por uma empresa do ramo de confecção pernambucana. O nome da importadora não foi divulgado devido ao sigilo fiscal.

Com a descoberta, a Anvisa (Agência Nacional de Vigilância Sanitária) foi acionada para inspecionar a carga e constatou que dentro do contêiner havia lençóis sujos de sangue, o que caracteriza restos de unidades hospitalares. A apuração do material só terminará no fim do dia.

Alguns tecidos trazem logomarcas de hospitais dos Estados Unidos, como o Diamond Childrens, localizado no Estado americano do Arizona, e o Hospittal Central Services Cooperative, que é uma lavanderia da Pensilvânia sem fins lucrativos especializada em lavar e alugar roupas de cama a hospitais filantrópicos.

A Anvisa e a Receita Federal estão no porto de Suape rastreando outras cargas para saber se existem outros contêineres importados dos EUA pela empresa envolvida no caso.

Segundo caso em dois dias

Este é o segundo contêiner de lixo hospitalar encontrado esta semana no porto de Suape. Na última terça-feira (11), a Receita Federal encontrou a primeira carga durante inspeção por amostragem.

No primeiro contêiner havia 23 toneladas de lixo hospitalar, como cateteres, luvas, seringas e tecidos sujos de sangue. O material deverá ser devolvido aos EUA ou incinerado em Pernambuco. Em ambos os casos, os custos serão repassados à importadora.

O contêiner estava no porto há cinco dias e foi importado pela mesma empresa flagrada nesta quinta. As cargas foram trazidas da cidade de Charleston, no Estado americano da Carolina do Sul.

Segundo a Receita Federal, este é o oitavo contêiner importado dos Estados Unidos feito pela empresa de confecção. Não se sabe se os outros seis contêineres importados este ano também vieram com lixo hospitalar e os tecidos foram reaproveitados, pois eles não foram inspecionados.

A Receita Federal informou que vai investigar as importações da empresa e o destino final das seis primeiras cargas que chegaram este ano.

Para ajudar nas investigações, a Receita vai solicitar ajuda da Polícia Federal, do Ministério Público Federal e do Ibama (Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e dos Recursos Naturais Renováveis).

Fiscais da Anvisa impediram o transporte da carga, que permanece no porto ainda sem destino definido. A empresa de confecção foi autuada por infração sanitária e vai responder a processo administrativo sanitário, que vai apurar a responsabilidade da importação. O valor de multas e as punições só deverão ser definidos ao final da investigação.