Topo

Obras de 140 casas populares no interior da Bahia estão paradas há sete meses

Obras estão paradas  devido a problemas de regularização apontados pela Caixa Econômica Federal - Divulgação
Obras estão paradas devido a problemas de regularização apontados pela Caixa Econômica Federal Imagem: Divulgação

Gabriel Carvalho<BR>Especial para o UOL Notícias<BR>Em Salvador

28/10/2011 07h00

As obras de construção de 140 casas populares em Juazeiro (500 km de Salvador), divisa com Pernambuco, estão paradas desde abril devido a problemas de regularização fundiária apontados pela Caixa Econômica Federal, principal financiador do projeto.

Com menos de 20% de execução, já que apenas 26 casas foram erguidas, os serviços iniciados em setembro do ano passado têm orçamento inicial de R$ 2 milhões, valor que deve ser corrigido, segundo informou a secretária de Desenvolvimento Urbano de Juazeiro, Célia Regina de Carvalho.

As moradias fazem parte do programa municipal Viver Bem, vinculado ao Fundo Nacional de Habitação de Interesse Social, do Ministério das Cidades, e são voltadas para famílias em situação de extrema pobreza cadastradas pela prefeitura.

As casas --que já tiveram telhados, portas e janelas roubados devido ao abandono-- deveriam beneficiar pessoas como a auxiliar de serviços gerais Luiza Silva, preocupada com a lentidão nas obras.

"A gente está cansada de morar em barracos, que não têm portas nem energia elétrica direito, o que é muito perigoso, facilita a vida de bandidos. Já era para termos sido transferidos para a casa nova, mas a obra parou e ninguém dá uma satisfação", disse Luiza.

O desempregado que se identificou apenas como José informou que a prefeitura só o procurou na época do cadastramento no início do ano. Ele teme que as casas só fiquem prontas no próximo ano.

Segundo a secretária Célia Regina, os imóveis não serão entregues mais este ano. A paralisação dos serviços ocorreu após haver um impasse na negociação entre a prefeitura e o antigo dono dos terrenos, fazendo com que a Caixa Econômica Federal suspendesse o repasse dos recursos, impossibilitando a continuação das obras.

Enquanto não recebem as novas casas, os futuros beneficiados se acomodam em casas de taipa e barracos de madeira e papelão na zona rural e na periferia da cidade.

De acordo com a prefeitura, cerca de 6.000 imóveis populares foram entregues nos últimos três anos, através de programas como o Viver Bem e o Minha Casa, Minha Vida, do governo federal. Ainda segundo informações oficiais, a iniciativa teria reduzido o deficit habitacional da cidade de 14 mil para 8.000 moradias.