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Erosão devora rua, avança sobre casas, e prefeito decreta situação de emergência em Campo Grande

Buraco tem 25 metros de largura, 18 metros de profundidade e avança em rua que une cinco bairros - João Garrigó / Campo Grande News
Buraco tem 25 metros de largura, 18 metros de profundidade e avança em rua que une cinco bairros Imagem: João Garrigó / Campo Grande News

Celso Bejarano<BR>Especial para o UOL Notícias<BR>Em Campo Grande

04/11/2011 15h36

Erosão provocada pela forte chuva que caiu sobre Campo Grande no fim de semana devorou trecho de uma rua que une ao menos cinco bairros da cidade. O buraco de 25 metros de largura e 18 de profundidade avança sobre as casas.

O prefeito Nelson Trad Filho (PMDB) decretou nesta sexta-feira (4) estado de emergência nos arredores da erosão. A medida expira em 90 dias, prazo fixado para a conclusão do reparo no local. 

O "buracão", como já é conhecido na avenida Marquês de Herval, principal via do bairro Nova Lima, atormenta os moradores da região desde o fim do ano passado, quando a rua, por onde trafega os ônibus, se abriu. À época, a erosão foi contida por uma obra provisória. Em março deste ano, a erosão afetou a avenida de novo.

Os moradores próximos à erosão disseram que já previam os estragos. Isso porque, segundo eles, quando chove toda a enxurrada cai justamente em cima do chamado buracão.

Com medo, alguns moradores pensam em mudar-se dali. Cleuza Cristina Vieira da Silva, 38, disse ter ficado assustada quando percebeu que o terreno vizinho afundou assim que a erosão avançou sobre a rua.

O prefeito disse ter elaborado um projeto para conter a voçoroca e o entregou em maio, seis meses atrás, ao Ministério das Cidades, que, segundo ele, prometeu liberar R$ 5 milhões para bancar a obra.

“Porém, como ainda não recebemos nada, teremos que construir um talude para refrear o avanço da erosão e fazer um desvio, com recursos próprios, para diminuir a força da enxurrada”, disse o prefeito.

Antônio Duarte, membro do Conselho do Meio Ambiente da Mata do Segredo, afirmou que deve haver cautela na hora de investir R$ 5 milhões na obra porque há o risco de na próxima chuva “o recurso ser levado pela enxurrada”, como aconteceu com as obras provisórias.

Perto da erosão fica a nascente do córrego Segredo, riacho que corta Campo Grande de ponta a ponta. “Além do risco que afetam os moradores, é preciso zelar pelo meio ambiente, pois tudo que cai no buracão vai direto para a nascente do rio”, disse.

Enquanto vigorar o decreto de emergência, servidores da Defesa Civil estudam a área e devem determinar se os moradores precisam ou não sair de suas casas durante a execução da obra.