Presos de Almadina (BA) completam três dias sem comer para protestar contra Justiça
Os 24 detentos da delegacia de Almadina (452 km de Salvador) completaram 72 horas de greve de fome ao meio-dia desta segunda-feira (14). A recusa das três refeições diárias ocorre em protesto à demora em julgamentos. A polícia informou que desde a última sexta-feira (11) os presos estão tomando apenas água.
Segundo o agente Alberito de Oliveira, alguns julgamentos já deveriam ter ocorrido há mais de seis meses. "Os detentos alegam que podem já ter cumprido as penas na delegacia e não tiveram sequer os processos julgados", disse.
Para acabar com a greve de fome, os presos pedem a presença de um juiz e de um promotor para analisar a situação de cada um deles. Mas, devido ao feriadão da Proclamação da República, a delegada Valéria Fonseca só conseguiu agendar a visita de membros do judiciário após o feriado.
“Apesar do aviso de que a visita só ocorrerá daqui a dois dias, os presos continuam irredutíveis e recusaram o café-da-manhã e o almoço servidos nesta segunda-feira (14). Eles estão apenas bebendo água”, disse o agente.
Oliveira relatou que, devido ao tempo que estão sem se alimentar, os presos já começaram a passar mal. “Nesta segunda-feira, um deles teve de ser socorrido para o hospital e está tomando soro. Mas mesmo assim ele disse que quando tiver alta, se não estiver resolvida a situação das penas, manterá a greve de fome.”
A delegacia de Almadina possui quatro celas com capacidade total para oito presos. Atualmente, o prédio está com a capacidade da população carcerária três vezes acima do máximo. Segundo a polícia, os presos respondem a crimes de tráfico de drogas, roubo e homicídios.
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