MPF abre denúncia contra fazendeiros por prática de trabalho escravo em Campos (RJ)
O Ministério Público Federal (MPF) abriu nesta terça-feira (29) denúncia contra o proprietário e dois sócios da fazenda Lagoa Limpa, em Campos dos Goytacazes (RJ), por submeterem os empregados a condições semelhantes à de escravidão. Se condenados, Walter Lysandro Godoy (dono da fazenda), Paulo Sérgio Passos Queiroz e Jair Rodrigues dos Santos (sócios) podem pegar até 200 anos de prisão.
Feita pelo procurador da República Eduardo Santos de Oliveira, a denúncia originou-se da fiscalização realizada na fazenda em junho, quando um grupo interinstitucional formado pelo Ministério Público do Trabalho, Ministério do Trabalho e Emprego e Polícia Rodoviária Federal, libertou 20 pessoas, entre elas cinco adolescentes entre 16 e 18 anos e seis mulheres.
Acionados por uma denúncia telefônica, o grupo flagrou diversas irregularidades nas condições de trabalho dos empregados da fazenda nas atividades desenvolvidas no cultivo da cana-de-açúcar, preparo do solo, irrigação e plantio de grama.
Segundo o MPF, durante a fiscalização ficou constatado que os empregadores não disponibilizavam de água potável, instalações sanitárias e equipamentos de proteção, como luvas e botas em quantidade suficiente para os empregados. Também não haveria condições adequadas para a realização de refeições.
O plantio da grama era feito pela Jardim do Éden Indústria e Comércio Ltda, de Paulo Sérgio Queiroz, que utilizava as terras da fazenda e depois comercializava a grama. “Já flagramos essa prática no corte da cana, em confecção de roupas e agora em plantio de grama. O poder público brasileiro tem que dar um basta ao trabalho escravo”, disse o procurador.
O UOL Notícias tentou entrar em contato com eles até o fechamento desta matéria, mas não os encontrou.
Ainda segundo o MPF, dados como a remuneração e a vigência do contrato eram omitidos das carteiras de trabalho dos empregados pelos fazendeiros.
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