Comandante da PM é preso no Rio acusado de receber propina; grupo lucrava R$ 160 mil por mês
A Polícia Civil do Rio de Janeiro confirmou na manhã desta segunda-feira (19) a prisão do atual comandante do 7º BPM (São Gonçalo), tenente-coronel Djalma Beltrami, acusado de participar de um esquema de recebimento de propina que seria paga por traficantes do morro da Coruja, em Neves, no município de São Gonçalo, na região metropolitana do Estado.
Beltrami, que também já trabalhou como árbitro de futebol, foi detido tão logo chegou ao quartel do batalhão, e posteriormente encaminhado para a Divisão de Homicídios de Niterói.
Outros sete policiais militares do 7º BPM também foram presos por suposto envolvimento com o narcotráfico da região e formação de quadrilha.
As acusações contra os PMs são baseadas nas investigações que resultaram na Operação Dezembro Negro, deflagrada nesta segunda-feira (19) no município de São Gonçalo.
No total, a polícia busca cumprir 26 mandados de prisão, dos quais 13 contra policiais e 11 referentes a traficantes.
Segundo a polícia, os PMs do 7º BPM cobravam taxas (o popular "arrego") para que não houvesse repressão ao tráfico de drogas na Coruja, na comunidade Marítimas, na favela Nova Brasília, entre outras localidades.
O lucro do grupo chega a R$ 160 mil mensais, de acordo com as investigações.
Beltrami atuou no massacre na escola municipal Tasso da Silveira, em Realengo (zona oeste do Rio), em abril deste ano, quando um homem entrou na unidade e atirou contra diversas crianças e depois se matou. Ele também participou da ação que retomou o Complexo do Alemão em novembro do ano passado.
Investigações
A Polícia Civil ainda não confirmou se o esquema de corrupção já existia no batalhão de São Gonçalo antes da posse do comandante Djalma Beltrami, que substituiu há três meses o tenente-coronel Cláudio Oliveira, acusado pela polícia de ser o mandante do assassinato da juíza Patrícia Acioli, em agosto desse ano.
Além do possível envolvimento de policiais militares com o tráfico de drogas das comunidades de São Gonçalo, as investigações para a Operação Dezembro Negro incluem informações sobre supostos homicídios que não foram investigados. A participação de PMs nesses crimes não é descartada.
Participam da ação mais de 100 agentes da Divisão de Homocídios de Niterói, da Corregedoria Geral Unificada (CGU), entre outras delegacias especializadas. Por volta de 7h, os policiais iniciaram uma incursão na favela da Coruja.
Houve confronto com traficantes e pelo menos dois criminosos morreram, segundo informações da Polícia Militar. Um criminoso foi preso até o momento.
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