Moradores de favelas do Rio reclamam do valor da conta de luz após regularização do fornecimento
Pouco mais de um ano depois de ganhar uma nova rede elétrica, com o fornecimento regularizado, moradores das comunidades do Chapéu Mangueira/Babilônia, no Leme, zona sul do Rio de Janeiro, têm reclamado dos altos valores da conta de luz. Um comerciante e morador do Chapéu Mangueira, que não quis se identificar, disse que há quatro meses pagava cerca de R$ 30 pela energia utilizada em seu estabelecimento de pouco mais de dez metros quadrados e que a última conta passou para R$ 130. “Tenho só uma geladeira, uma TV e um rádio. Aumentou demais. Está ficando difícil”, queixou-se.
A comerciante de outro pequeno bar, Estér Medida de Andrade, que também mora no Chapéu Mangueira, disse que a comunidade inteira está reclamando dos valores cobrados pela concessionária de energia elétrica Light. “Cada mês a conta vai aumentando, mas eles fizeram uma promessa de que a nossa luz diminuiria com a reciclagem".
Estér disse que a empresa instalou uma tenda na entrada da favela e está cadastrando quem quiser trocar material reciclado por desconto na conta. "Tudo que temos de reciclado lá em casa mandamos para ele e estamos fazendo uma experiência para ver se vai dar certo”, disse Ester.
A gerente de Atendimento às Comunidades da Light, Fernanda Mayrink, informou que o projeto de reciclagem foi instalado há aproximadamente um mês no local e é uma alternativa para as pessoas pagarem suas contas, trocando o material – avaliado por peso - por um bônus na conta. Fernanda ressaltou que o projeto já foi implementado em agosto na comunidade do Morro Dona Marta, em Botafogo, e que lá, há três meses, alguns moradores pagam suas contas, de cerca de R$ 80 mensais, apenas com a troca de materiais reciclados .
A moradora Percília da Silva Pereira, que vive no Babilônia há 65 anos elogiou a iniciativa. “Vamos economizar o nosso dinheiro e vamos limpar a comunidade. Acho a ideia maravilhosa”.
Em junho de 2009, as comunidades da Babilônia/Chapéu-Mangueira receberam uma Unidade de Polícia Pacificadora (UPP). Em agosto de 2010, a concessionária Light regularizou o fornecimento de energia no local e fez a troca de lâmpadas e geladeiras de moradores por outras mais novas e de baixo consumo. Também foi feito um trabalho educativo para que a população, que antes não pagava pela luz, usasse a energia de maneira eficiente.
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