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Juiz armado com pistola e munição na cintura causa confusão no aeroporto de Salvador

Heliana Frazão

Do UOL, em Salvador

27/01/2012 12h44

Passageiros da companhia aérea Gol que embarcaram na noite de ontem (26) no aeroporto internacional de Salvador, com destino ao Rio de Janeiro, tiveram que aguardar cerca de três horas, após o embarque, para seguir viagem.

Tudo porque, portando uma pistola e três pentes de munição, o juiz Vitor Bezerra se recusava a atender ao pedido de um dos comissários para que entregasse um dos pentes, que levava na cintura.

Conforme informações de funcionários do terminal aéreo, o avião estava com as portas fechadas, e comissários já haviam passado as instruções básicas de segurança, quando um deles se aproximou do juiz e pediu a entrega de um dos pentes. A recusa foi imediata.

Estabelecido o impasse, cerca de uma hora depois o comandante da aeronave decidiu não levantar voo, recomendando aos demais passageiros, à exceção do juiz, que desembarcassem, para que fossem realizados procedimentos administrativos.

Em seguida, três policiais, dois federais e um civil, entraram na aeronave para tentar convencer o juiz a acatar as normas internas, segundo as quais juízes somente podem embarcar em viagens aéreas portando no máximo dois pentes.

Ele manteve a recusa por cerca de uma hora e meia, quando finalmente cedeu e entregou a munição aos policiais. O avião estava lotado, com cerca de 90 passageiros. O magistrado viajava em companhia de dois filhos, e, segundo testemunhas, não mora na Bahia.

Os passageiros teriam comentado com funcionários do aeroporto que o juiz chegou a ameaçar quem tentasse retirar a munição da sua cintura. Houve quem desistisse do voo, optando por outra companhia aérea, o que acabou aumentando a demora na decolagem.

A Gol não informou se o juiz seguiu viagem na aeronave. Uma outra juíza, que também estaria no avião, teria comentado que o juiz já viveu problema semelhante em um aeroporto do Rio.