Contingente de segurança na Bahia é o maior já empregado, diz ministro da Justiça
O ministro da Justiça, José Eduardo Cardozo, afirmou na noite desta segunda-feira (6) que o contingente de agentes federais atuando na Bahia para conter a onda de assaltos e mortes durante a greve parcial de policiais militares é o maior já usado em operações do gênero no país. A ação está sob comando do general do Exército, Gonçalves Dias.
“Temos 4.000 homens, contando Forças Armadas, Força Nacional e policiais federais”, afirmou Cardozo em entrevista ao canal de televisão GloboNews. “Temos autorização da presidente Dilma para usar o efetivo que for necessário para esta missão”, completou, confirmando que mais agentes federais ainda podem ser enviados para o Estado.
Questionado se o governo teme que o movimento se espalhe para outros Estados, o ministro afirmou: “Se, eventualmente, a situação transcender em qualquer Estado, o governo federal apoiará os governos incondicionalmente. A lei tem que ser respeitada. O vandalismo é intolerável num estado de direito”, disse o ministro.
Para Cardozo, a "situação na Bahia está sob controle". “Temos tropas suficientes para garantir a ordem pública. Não há nenhuma razão para pânico. Não tenho a menor dúvida que até o Carnaval estará tudo perfeitamente resolvido. O Estado brasileiro é seguramente mais forte do que certos grupos de maus policiais que resolveram achar que o atendimento às suas reivindicações deve passar por atos de violência e intimidações”, disse à Agência Brasil.
Em entrevista publicada nesta segunda-feira pelo jornal "Folha de S.Paulo", o governador da Bahia, Jaques Wagner (PT), apontou o envolvimento de policiais em tomadas de ônibus para bloquear vias e a alguns do assassinatos nos últimos dias.
A paralisação foi deflagrada na última terça-feira (31) por parte de parte da categoria policial. Hoje, vários órgãos da Justiça não funcionaram ou encerraram o expediente mais cedo. Escolas públicas e particulares e várias lojas do comércio também não abriram as portas.
Forças federais estão cercando a Assembleia Legislativa, em Salvador, onde estão acampados os integrantes do movimento. Até o momento, apenas um dos os 12 mandados de prisão expedidos contra policiais militares que lideram o movimento foi cumprido. O soldado Alvin dos Santos foi preso na madrugada de domingo (5) pelo comandante do batalhão, major Nilton Machado, sob a acusação de formação de quadrilha e roubo de veículos da Polícia Militar.
Marcos Prisco, que é presidente da Associação de Policiais e Bombeiros da Bahia (Aspra) e líder do movimento, afirmou no começo da tarde desta segunda-feira (6) que cerca de 2.000 pessoas estão dentro do prédio. O Exército, que cerca o prédio, não soube estimar o número de ocupantes, que estão lá desde a semana passada.
Mais cedo, soldados lançaram bombas de efeito moral e dispararam balas de borracha contra policias grevistas que estavam do lado de fora e que tentavam entrar no local. Segundo a Folha. com, há pelo menos dois manifestantes feridos, além de um cinegrafista de TV.
De acordo com Prisco, os grevistas não vão deixar a Assembleia até que sejam revogados os pedidos de prisão de 12 grevistas, além da concessão da anistia irrestrita para os grevistas e o pagamento de gratificações.
*Com colaboração de Heliana Frazão, em Salvador
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