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Polícia investiga se postes submersos causaram morte de estudante que estava em jet ski

Júlio César Gomes, 19, estava na garupa de um jet ski quando o piloto perdeu o controle do equipamento - Reprodução/Facebook
Júlio César Gomes, 19, estava na garupa de um jet ski quando o piloto perdeu o controle do equipamento Imagem: Reprodução/Facebook

Aliny Gama

Do UOL, em Maceió

23/02/2012 16h13

A Polícia Civil do Piauí está investigando se o acidente que matou o estudante de direito Júlio César Gomes, 19, foi causado por postes que estão submersos na barragem Corredor, localizada na cidade de Campo Maior (PI), a 81 km de Teresina. O jovem morreu ao cair da garupa de um jet ski, na última segunda-feira (20). O corpo foi encontrado pelo Corpo de Bombeiros no dia seguinte ao acidente e foi sepultado no fim da tarde desta quarta-feira (22).

A delegacia que apura o caso aguarda o laudo da necropsia realizada no corpo do estudante, mas há duas linhas de investigação: afogamento ou uma pancada na cabeça após a queda.

Comerciantes que têm barracas no local relataram à polícia que, antes de ser barragem, o terreno era moradia de uma comunidade rural. Os moradores que viviam no local foram indenizados, deixaram a área, mas apenas os imóveis teriam sido demolidos –os postes teriam permanecido no fundo da barragem.

Segundo o chefe do cartório da Delegacia de Campo Maior, Baker Martins, algumas pontas –supostamente dos postes– podem ser vistas na barragem.

“Barraqueiros disseram que se trata de postes que ficaram quando a barragem foi construída, mas que eles só aparecem parcialmente quando o volume de água diminui”, afirmou Martins, destacando que a Delegacia de Campo Maior pediu um laudo pericial do Corpo de Bombeiros e do Instituto de Criminalística, que deverá usar mergulhadores para confirmar a existência dos postes.

“A barragem é muito extensa e está com um grande volume de água e somente com esses laudos é que teremos a certeza. Se confirmado, foi um erro gravíssimo cometido pela construtora da barragem, que foi feita para abastecer municípios e posteriormente servir de ponto de diversão para a população. Se houver os postes, a barragem deverá ser interditada até que eles sejam retirados”, disse Martins.

O condutor do jet ski e amigo da vítima, José Martins, já recebeu a intimação da polícia para prestar depoimento ainda esta semana. Além disso, ele deve apresentar a carteira Arrais, que é a habilitação para pilotar o equipamento.

O chefe do cartório da delegacia afirmou que se o condutor não for habilitado deverá ser indiciado por homicídio doloso. “Se tiver o documento, deverá ser por homicídio culposo. A linha é a mesma se fosse um condutor de um carro. Se ele não possui habilitação para dirigir, neste caso pilotar jet ski, ele cometeu imprudência e imperícia, sabia dos riscos de pilotar sem ser habilitado.”

Segundo o IML de Teresina, o laudo que apontará a causa da morte deverá ficar pronto até o dia 1º de março.

A barragem Corredor é um dos principais balneários do Piauí usados pela população para lazer. O local tem 22 km de espelho d’água e capacidade de armazenar 63 milhões de metros cúbicos de água. Devido a seu grande volume de armazenamento, a barragem ajuda a abastecer outras dez barragens da região e tornou o rio Jenipapo perene, que margeia a cidade de Campo Maior. A barragem Corredor foi construída em 2001, mas somente em 2009 é que foi liberada para ser usada como balneário.