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Policiais são presos acusados de extorquir R$ 12 mil de empresário que vendia remédios sem receita na BA

Anderson Sotero

Do UOL, em Salvador

28/02/2012 13h34

A polícia da Bahia prendeu quatro homens acusados de extorquir dinheiro de um empresário do ramo farmacêutico em Salvador. Três deles são policiais civis. O grupo é acusado de extorquir R$ 12 mil do empresário farmacêutico para não prendê-lo em flagrante por comercializar, sem receita médica, medicamentos de uso controlado.

O delegado corregedor, Jackson Carvalho, disse ao UOL que a vítima vinha sendo monitorada desde a primeira tentativa de extorsão, ocorrida em 8 de fevereiro último. “Durante todo esse tempo eles continuaram extorquindo dinheiro do empresário”, informou o delegado.

Um homem, identificado como Roberto Carlos Silva de Santana, era cliente da farmácia e descobriu que o empresário vendia os medicamentos sem receita. “Roberto se passou por policial civil. Ele chamou os três policiais, que conduziram o empresário para a delegacia”, disse o delegado.

Ao ser levado para a 1ª Delegacia de Polícia, o grupo, formado pelos policiais Antônio Flávio Eloi Gomes, Edmundo Cleber da Hora Bomfim e Robson Cássio Pinheiro Pinto, lotados na 1ª DP, exigiu que fosse paga a quantia de R$ 15 mil.

“O empresário consultou a conta e verificou que só tinha R$ 12 mil. Ele foi até a agência e sacou R$ 6.000 e ainda emitiu num cheque de mais R$ 6.000 nominal a Santana. O cheque foi descontado no dia seguinte”, disse Carvalho.

Após o pagamento, as ameaças continuaram, e o empresário procurou a Corregedoria da Polícia Civil. “Passamos a monitorar a vítima. Santana foi o primeiro a ser preso, no dia 24. Ontem (27), prendemos os três policiais civis”, disse o delegado, que investiga ainda a possibilidade de existirem mais vítimas do grupo. O mandado de prisão temporária foi expedido pelo juiz Freddy Carvalho Pita Lima.

Os policiais civis estão custodiados na Corregedoria da Polícia Civil (Correpol), à disposição da Justiça. Eles respondem pelos crimes de concussão (extorsão praticada por funcionário público), formação de quadrilha. Já Santana, que se passava por policial e está preso na Unidade Especial Disciplinar (UED), no complexo penitenciário da Mata Escura, responde ainda por usurpação de função pública.

“O farmacêutico será encaminhado para a delegacia correspondente ao bairro onde a farmácia funciona para que as medidas legais sejam adotadas, já que ele também praticou um crime ao vender sem receita médica”, disse o delegado.