Macaco-prego que teve braço quebrado a paulada é operado no litoral de São Paulo

A cirurgia no braço de um macaco-prego agredido em Peruíbe (SP) na semana passada e encaminhado na última quarta-feira (9) ao Centro de Triagem de Animais Silvestres (Cetas), da Unimonte, em São Vicente (SP), foi realizada com sucesso na manhã desta segunda-feira (14).

De acordo com o veterinário Nereston Camargo, responsável pelo Cetas e que está cuidando do animal, durante o procedimento, realizado pelo cirurgião Cesar Gomes de Jesus Isac, foi colocada uma placa na fratura do úmero direito (osso do braço). Agora, o macaco, batizado de “Neymar” --por conta da pelagem de sua cabeça lembrar o penteado do jogador do Santos--, irá iniciar a recuperação.

“Felizmente, deu tudo certo. Foi colocada uma placa bloqueada, que não precisa mais ser retirada. Agora, ele ficará com o braço estabilizado com uma tipoia por cerca de três meses, até cicatrizar os pontos e também para que ele não os arranque. Também faremos um controle radiográfico a cada dez dias, por uns três meses, pois a fratura foi muito grave. Depois da alta clínica, começa a fisioterapia. Creio que dentro de quatro a seis meses ele já esteja utilizando o braço”, disse.

Entenda o caso

O macaquinho “Neymar” tem entre quatro e oito meses de idade e chegou ao Cetas na última quarta-feira (9). De acordo com Carmago, não há informações claras sobre como aconteceu a agressão. “Ele chegou aqui com o braço pendurado e bem debilitado. Nós confirmamos a fratura no dia seguinte, através do raio-x. O rapaz que trouxe ele pra cá disse que o Neymar brigou com um cachorro em Peruíbe, então alguém separou a briga com pedaço de pau. Foi aí que o braço dele teria sido quebrado”, informou o veterinário.

O macaco-prego vive em média 40 anos e é comum em florestas de todo o Brasil, principalmente nas áreas de preservação. Por se tratar de um animal silvestre, não pode ser criado sem a permissão do Ibama, com pena prevista entre seis meses a um ano de prisão e multa.

Para o veterinário, pelo comportamento dócil do animal, ele pode já ter sido mantido em cativeiro e dificilmente poderá ser devolvido para a natureza. “Desde o início ele se mostrou muito dócil, e isso indica que ele pode ter sido capturado por alguém. Quem tirou esse animal da natureza o condenou a não poder mais ser devolvido ao seu habitat natural, porque eles andam em bandos. Sozinho, ele seria agredido pelos outros macacos, ou até morto”, disse Camargo.

Assim que estiver em condições de ir para outro lugar, o Cetas irá procurar um zoológico ou viveiro adequado para ser a nova casa de Neymar. “O processo de encaminhar os animais que vem pra cá para lugares adequados é muito complicado. Por conta dessa dificuldade, hoje nós temos cerca de 300 animais entre aves, répteis e mamíferos que vêm parar aqui por conta de agressões, como essa que aconteceu com o Neymar, e de apreensões feitas pela Polícia Ambiental.”