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Termina greve de motoristas e cobradores de Natal; Justiça analisa valor das passagens

Ônibus que estavam estacionados em garagem na greve dos rodoviários saíram às ruas em Natal - Divulgação
Ônibus que estavam estacionados em garagem na greve dos rodoviários saíram às ruas em Natal Imagem: Divulgação

Aliny Gama

Do UOL, em Maceió

17/05/2012 16h50

Uma audiência de conciliação realizada no TRT (Tribunal Regional do Trabalho do Rio Grande do Norte) pôs fim à greve dos rodoviários em Natal. O encontro ocorreu no início da tarde desta quinta-feira (17), e os ônibus urbanos da capital potiguar já circulam normalmente.

Durante o encontro, o Sintro (Sindicato dos Trabalhadores em Transporte Rodoviário do Rio Grande do Norte), filiado à CTB (Central dos Trabalhadores do Brasil), aceitou a proposta dos empresários de reajuste nos salários de 6%.

A suspensão da greve foi decidida por um grupo de 30 filiados ao Sintro, após o Seturn (Sindicato das Empresas de Transporte Urbano de Passageiros do Município do Natal) afirmar que não aumentaria a proposta já apresentada na tarde de ontem.

A negociação entre o Sintro e o Seturn ocorreu com a presença do vice-presidente do TRT, José Rêgo Junior. O desembargador disse que vai solicitar uma audiência com a prefeita de Natal, Micarla Sousa (PV), para debater com o valor das passagens de ônibus, que podem ser reajustados devido ao aumento dos custos.

A prefeitura afirmou, na terça-feira, que não autorizaria reajuste no preço das passagens para “resguardar a capacidade financeira da população.” Com o fim da greve, Rêgo Junior suspendeu a sessão marcada para hoje, que iria analisar o pedido de ilegalidade da greve e o dissídio da categoria.

O TRT informou que somente na próxima segunda-feira (21) é que vai analisar as outras reivindicações do Sintro, como o cumprimento do valor de R$ 150 em vale-alimentação --firmado em acordo com empresários em 2010--, além do reajuste do benefício para R$ 200.
A greve

Os rodoviários cruzaram os braços no início da manhã de segunda-feira (14) para pressionar o reajuste salarial para 14,3%, além de outros benefícios. Por três dias, nenhum ônibus urbano circulou nas ruas de Natal, apesar da Justiça determinar que o serviço essencial fosse mantido com 50% da frota. Nesta quinta-feira, 30% dos coletivos circularam, com apoio da Polícia Militar.

Devido ao tumulto causado por sindicalistas nas portas das garagens, que impediram trabalhadores que não aderiam à greve de sair com os ônibus, os empresários prestaram queixas nas delegacias sobre as intimidações e ameaças durante a greve.

Para cumprir o direito de ir e vir da população de Natal, a PM realizou a segurança da saída dos ônibus das garagens ainda na madrugada desta quinta-feira (17). Durante a manhã, os policiais intensificaram as rondas por itinerários de ônibus para que nenhum passageiro ficasse inseguro com as possíveis manifestações do Sintro.

Durante a greve, os natalenses improvisaram como puderam para ir ao trabalho e outros compromissos. Para atender a demanda diária de 450 mil pessoas, a prefeitura de Natal liberou a circulação de ônibus particulares, táxis lotação e outros veículos, que foram cadastrados na prefeitura para prestar o serviço emergencialmente.

Segundo os empresários, durante a greve cerca de 450 mil passageiros deixaram de usar o serviço por dia, e o prejuízo causado pela paralisação pode ultrapassar a cifra de R$ 1,5 milhão.