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Festas juninas em Uberlândia (MG) ganham som eletrônico, receitas orientais "e até capoeira"

Teclado eletrônico substitui sanfona em festa junina de Uberlândia (MG) - Paulo Augusto/Correio de Uberlândia
Teclado eletrônico substitui sanfona em festa junina de Uberlândia (MG) Imagem: Paulo Augusto/Correio de Uberlândia

Renata Tavares

Do UOL, em Uberlândia (MG)

13/06/2012 06h00

As tradicionais “barraquinhas” de Uberlândia, no Triângulo Mineiro, nacionalmente conhecidas por Festas Juninas, ganharam o som do sertanejo universitário e sabores de comidas chinesas e italianas. As mudanças, de acordo com os organizadores das três maiores festas da cidade, foram feitas para “modernizar” a comemoração.

Djair Sobreira de Oliveira, coordenador da “Barraquinha do Umuarama”, que funciona entre os dois últimos finais de semana de maio e os dois primeiros de junho no bairro Umuarama, zona leste da cidade, disse que o som do forró pé-de-serra foi substituído pelo sertanejo eletrônico (ou universitário) para agradar aos frequentadores da festa.

Além disso, segundo Sobreira, foram incluídas apresentações artísticas, de dança e até capoeira. “Foi uma iniciativa nossa que deu certo. Em nossa região, esse estilo musical predomina. Dessa forma agradamos a todos na festa tradicional com um ar mais moderno”, afirmou o coordenador.

Na região central da cidade, segundo o coordenador paroquial Luiz Henrique dos Santos, a festa ganhou, além do sertanejo, o eletrônico, mas não se esqueceu da sanfona. “É uma festa eclética. Temos cantores regionais que cantam todos os estilos. Por ser na região central, chegam pessoas de diferentes gostos. A intenção é fazer uma festa agradável e que possa reunir famílias”, disse.

A turismóloga Daniela Fidelis conta que sempre vai às “barraquinhas” e aprova as mudanças. “Acho que dá uma animada, o povo dança. É muito bom”, disse.

Cardápio

No cardápio, além dos quitutes típicos da época como a pamonha, o curau, a canjicada, os caldos, a famosa chica doida –prato goiano feito com milho, jiló, linguiça e queijo-, os doces de amendoim e a bebida conhecida por quentão (feito de pinga com gengibre), as festas ganharam yakisoba, pizza e macarrão. “É a união de todas as culturas da nossa região”, disse Djair Sobreira.

No dia 23 de junho, quando as festividades se encerram na cidade, a Catedral de Uberlândia irá realizar a “Missa Sertaneja”. A igreja será decorada especialmente para a ocasião, e o padre celebrará a missa com chapéu de palha e traje de sertanejo. Segundo o coordenador paroquial, Luiz dos Santos , a missa é realizada todos os anos. “Teremos as comidas típicas, e as músicas serão no ritmo do sertanejo”, disse.

Tradição mantida

No distrito de Cruzeiro dos Peixotos a festa mantém a tradição. Segundo o padre Francisco Felipe Santiago, são realizados bingos, cujo prêmio é um frango ou uma leitoa assada, e a cantoria fica por conta dos frequentadores, que levam os violões, violas e organizam a “roda da viola”.

Além da parte festiva, o padre conta que são realizadas novenas ao longo do mês. A novena de Santo Antônio terminou na tarde de terça-feira (11), e amanhã (14) começa a de São João Batista. “Fazemos reuniões de orações e rezamos o terço. O nosso objetivo é reunir as famílias e não se esquecer do sentido da época”.