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Polícia investiga morte de 1,7 milhão de abelhas em apiário no Rio Grande do Sul

Itaqui fica a 680 km de Porto Alegre - Arte UOL
Itaqui fica a 680 km de Porto Alegre Imagem: Arte UOL

Lucas Azevedo

Do UOL, em Porto Alegre

03/07/2012 16h23

A morte de cerca de 1,7 milhão de abelhas em um apiário no interior do Rio Grande do Sul virou caso de polícia. Divididos em 19 enxames, os animais foram encontrados mortos em meio a favos de mel, no interior de Itaqui (680 quilômetros de Porto Alegre), na semana passada.

Desde então, os investigadores estão à espera de exames laboratoriais para determinar a causa das mortes. Na última quarta-feira (27), o apicultor Jorge Carpes, 50 anos, acordou cedo, como de costume, e se dirigiu a um dos cinco apiários para fazer a manutenção dos animais.

Chegando ao local, notou que uma das caixas onde o enxame se reúne estava caída. Equipado com um macacão de apicultor, o criador chegou perto e verificou que todos os animais da caixa – cerca de 90 mil – estavam mortos.

“Elas não estavam voando. Então vi que estavam encolhidas, mortas, no meio dos favos. Então fui ver as outras caixas, e estavam todas iguais”, disse o criador.

Inconformado com o fato nunca visto em 15 anos que ele trabalha no ramo, Carpes procurou a polícia. Segundo suspeitas de outros criadores da região, o apiário de Carpes pode ter sido envenenado.

“Não tenho inimigo. Pelo menos a gente nunca sabe se tem ou não. Mas isso foi um ato criminoso. Porque elas morreram dentro das caixas. Não foi frio, porque a geada aqui não foi forte. Alguém deve ter envenenado.”

Amostras do mel e das abelhas foram enviados a uma universidade em Santa Maria, que tentará identificar a presença de veneno. Enquanto isso, Carpes, que sustenta a mulher e um casal de filhos com o que ganha com a produção de mel – ele tem ao todo 80 enxames –, tem sua atenção toda tomada para os animais que morreram.

“Agora só trabalho nisso. Eu estava querendo ampliar a produção, mas não sei se esse veneno está impregnado no local. A gente desanima com isso”, diz. O campo em que os animais morreram produziu no último ano 580 quilos de mel. O prejuízo estimado pelo apicultor é de R$ 10 mil.