Familiares afirmam que roupas encontradas no Rio são parecidas com as de engenheira desaparecida
Felipe Martins
Do UOL, no Rio
12/07/2012 12h52Atualizada em 12/07/2012 13h01
Os pais da engenheira Patrícia Amieiro, desaparecida desde 14 de junho de 2008,estiveram na manhã desta quinta-feira (12) na Divisão de Homicídios (DH) da Polícia Civil do Rio, na Barra da Tijuca, na zona oeste da capital fluminense, para o reconhecimento das roupas que foram encontradas ontem no sítio Vitória, no bairro do Itanhangá, também na zona oeste. Bombeiros, policiais e agentes do Ministério Público realizam buscas para no local após o Ministério Público do Estado receber uma denúncia anônima de que o corpo da engenheira estaria no local.
O pai de Patrícia, Celso Franco, afirmou que a mulher, Tânia Franco, achou muito parecida a roupa encontrada pela polícia com a que a jovem usava no dia do desaparecimento. “Chamou muito a atenção da minha esposa uma blusa meio roxa com vinho, muito parecida com a roupa que ela estava no dia. A calça também era muito parecida, mas estava muito enlameada”, disse.
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Segundo a Divisão de Homicídios, a mãe de Patrícia será ouvida novamente nesta sexta-feira (13) por psicólogos. A polícia quer eliminar a hipótese de a mãe ter reconhecido as roupas por estar sob forte emoção.
As buscas recomeçaram na manhã de hoje no sítio Vitória. O dono do sítio foi identificado: Juazieldo Pontes Miguel está desaparecido desde que a polícia chegou ao local. Ele foi processado por homicídio em 1985, mas foi absolvido.
Segundo a denúncia recebida pelo MP, o sítio seria frequentado por policiais militares que supostamente teriam envolvimento com milícias. A 1ª Vara Criminal da capital expediu mandado de busca e apreensão --a pedido da Promotoria-- para que as buscas pudessem ser realizadas.
De acordo com o MP, há, no sítio, uma espécie de sala de monitoramento, onde foram apreendidos um computador e três armas --duas de fogo e uma de compressão. No local havia ainda duas picapes e uma moto de luxo.
Morte misteriosa
A engenheira foi vista pela última vez no dia 14 de junho de 2008. A jovem, que tinha 24 anos, estava voltando para casa –localizada na Barra da Tijuca– de carro depois de ir a uma festa no morro da Urca, na zona sul da cidade. O automóvel da vítima foi atingido por projéteis de arma de fogo em circunstâncias ainda não esclarecidas, e ela perdeu o controle do veículo. A polícia vasculhou o local atrás do corpo, mas não obteve sucesso nas buscas.
Quatro policiais militares são acusados de homicídio qualificado e ocultação do corpo. Os suspeitos são Marcos Paulo Nogueira Maranhão, Willian Luis do Nascimento, Fábio da Silveira Santana e Márcio de Oliveira Santos, todos lotados no 31º Batalhão de Polícia Militar (Barra da Tijuca). A família tem convicção de que Patrícia foi assassinada.
A 6ª Vara Cível Regional do Rio de Janeiro (Barra da Tijuca) declarou em junho de 2011 a morte presumida da engenheira.