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Mais de 50 pessoas morrem durante onda de violência no Estado de São Paulo

Do UOL, em São Paulo

16/07/2012 20h22

Pelo menos 51 pessoas morreram em São Paulo desde o último dia 13 de junho, quando teve início uma onda de violência no Estado que provocou o aumento das chacinas, dos ataques a ônibus e a postos da polícia e dos confrontos entre criminosos e policiais. A maior parte dos casos ocorreu na Grande São Paulo, mas há registros também no interior e no litoral.

Do total de vítimas, 21 morreram em episódios com indícios da atuação de grupos de extermínio. Outras 21 foram mortas em confrontos com policiais militares, em casos registrados como “resistência seguida de morte”.

De nove policiais militares mortos, oito foram à queima roupa --sete homicídios e um latrocínio. Na nona morte de PM, ocorrida em Guarulhos, na sexta-feira (13), o policial foi morto a facadas por outro homem que invadiu sua casa e roubou uma pistola ponto 40 da vítima.

Desde 13 de junho, 18 ônibus foram incendiados, o último deles no Jaraguá (zona norte da capital), na noite do último sábado (14). Também foram atacadas 12 bases de segurança –11 da PM e uma da Guarda Municipal--, a última em Parelheiros (extremo sul da capital), na sexta-feira (13).                                                       

O levantamento foi feito com base em notícias publicadas na imprensa, já que a Secretaria de Segurança Pública do Estado não está contabilizando os números.

A PM afirma que só está considerando os casos que resultaram em inquéritos policiais para contabilizar o número de vítimas, de ônibus e bases atacadas durante a onda de violência. Na conta da PM, quatro bases foram atacadas, seis PMs foram mortos e 15 ônibus, incendiados.

Chacinas e confrontos

Das 21 vítimas mortas em casos com suspeita de atuação de grupos de extermínio, oito morreram na madrugada da última quinta-feira (12), em Osasco, em um raio de quatro quilômetros. Outras 13 morreram em chacinas ocorridas na periferia da capital durante o mês de junho. A delegacia seccional de Osasco e o DHPP (Departamento de Homicídios e Proteção à Pessoa) estão investigando as mortes.

Na madrugada da sexta (13), mais oito mortes foram registradas na capital (sete) e em Itapevi (uma). Dessa vez, as vítimas morreram durante confronto com a PM, em casos registrados como “resistência seguida de morte”. Outras 13 pessoas morreram em confrontos com a polícia desde o início da onda de violência no Estado.

Pirassununga sitiada

Ainda durante a onda de violência, a cidade de Pirassununga ficou sitiada, após criminosos roubarem cerca de 3.000 cartuchos do 13º Regimento da Cavalaria Mecanizada do Exército. Depois do crime, cerca de 600 oficiais do Exército e mais 200 homens das policiais Civil e Militar, além da Guarda Municipal, realizaram uma megaoperação na cidade para recuperar os cartuchos roubados.

Todas as entradas da cidade foram fechadas, os principais pontos de tráfico de drogas acabaram tomados, casas e carros foram alvo de blitz e um helicóptero foi usado para sobrevoo das áreas.

Dois suspeitos de participação no roubo dos cartuchos foram mortos. A polícia suspeita que as mortes foram comandadas pelo PCC (Primeiro Comando da Capital), em represália à operação militar que teria prejudicado os negócios da facção no município. (Com Agência Estado)