Polícia investiga dona de creche acusada de maltratar e torturar crianças em Maricá, no Rio
A Polícia Civil do Rio de Janeiro investiga uma mulher acusada de maus-tratos e tortura contra crianças em uma creche. O estabelecimento funcionaria de forma clandestina e seria administrado pela suspeita em sua própria casa, situada na cidade de Maricá, na região dos Lagos. O conselho tutelar do município também está acompanhando o caso.
O boletim de ocorrência foi registrado pela mãe de um bebê de 11 meses. Fotos que teriam sido feitas por uma filha adotiva da suspeita mostrariam o bebê com as mãos amarradas e outra criança amordaçada. As duas crianças foram submetidas a exame de corpo de delito, e o resultado será anexado ao inquérito.
Segundo informações do distrito policial de Maricá (82ª DP), as fotos estão sendo periciadas e indicarão se a acusada será ou não denunciada ao Juizado Especial Criminal pelo crime de tortura --a princípio, ela será indiciada apenas por maus-tratos.
Os investigadores trabalham com a possibilidade de que a creche funcionaria informalmente, já que a acusada não foi localizada até o momento (ela chegou a prestar depoimento, mas depois não foi mais encontrada), e não há qualquer tipo de registro do estabelecimento. Se a hipótese for comprovada, a proprietária da creche também será indiciada por exercício ilegal da profissão.
A polícia analisa ainda uma gravação telefônica na qual a acusada estaria tentando persuadir a filha adotiva a assumir a culpa pelos maus-tratos mostrados nas fotografias. A gravação está sendo periciada por técnicos do Instituto de Criminalística Carlos Éboli (ICCE).
Versões contraditórias do caso foram apresentadas à polícia pela adolescente filha da proprietária da suposta creche. Depois de denunciar a mãe, ela teria assumido a responsabilidade pelos maus-tratos. Os investigadores agora querem saber se a depoente foi coagida pela mãe adotiva a mudar sua versão.
Durante inspeção na suposta creche, outros materiais foram recolhidos pelos agentes da 82ª DP, tais como uma blusa que teria sido utilizada para amordaçar a boca de uma das crianças.
O advogado da acusada, Fábio Toledo, não foi localizado para comentar o caso.
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