Detento que denunciou plano para matar pessoas ligadas ao caso Eliza é recapturado após fuga em MG
O detento Jaílson Alves de Oliveira, autor de denúncia sobre suposto plano para matar pessoas ligadas ao caso Eliza Samudio, foi recapturado nesta quarta-feira (18), na cidade de Ganhães (MG), após ter fugido, na terça (17), do Centro de Remanejamento do Sistema Prisional (Ceresp) São Cristóvão, em Belo Horizonte.
A Secretaria de Estado de Defesa Social (Seds) informou que Oliveira será conduzido de delegacia da Polícia Civil da localidade mineira para a penitenciária de segurança máxima Nelson Hungria, situada em Contagem, na região metropolitana da capital mineira.
O órgão ainda informou que um procedimento interno será instaurado pela direção do Ceresp para apurar as causas da fuga de Oliveira. O procedimento deverá ser concluído em 30 dias.
Plano
O detento havia afirmado ter ouvido o plano do ex-policial Marcos Aparecido dos Santos, o Bola, acusado pela polícia de ser o executor de Eliza Samudio, no período em que os dois ocuparam o mesmo pavilhão na Nelson Hungria.
A polícia abriu inquérito para investigar o caso, mas todos os envolvidos, incluindo Bola, o goleiro Bruno Souza e Luiz Henrique Romão, o Macarrão, negaram participação na suposta trama.
As hipotéticas vítimas seriam a juíza Marixa Fabiane Lopes Rodrigues, do 1º Tribunal do Júri de Contagem (MG), que pronunciou o goleiro e mais sete réus a júri popular pelo sumiço de Eliza; o delegado Edson Moreira, responsável pela investigação do caso; o deputado estadual Durval Ângelo (PT), presidente da Comissão de Direitos Humanos da Assembleia Legislativa de Minas Gerais; além dos advogados José Arteiro Cavalcante, assistente de acusação, e Ércio Quaresma, que faz parte da defesa de Bola.
Os mentores seriam Marcos Aparecido dos Santos e o goleiro Bruno, que teriam tentado contratar o traficante Nem da Rocinha, do Rio de Janeiro, preso atualmente em presídio de segurança máxima federal.
Após ouvir, em abril deste ano, o depoimento de José Cavalcante, o delegado Wilson Luiz de Oliveira havia afirmado que o suposto plano “caiu no vazio”.
“Essa denúncia caiu no vazio. Nós entrevistamos todas as pessoas possíveis e nada foi confirmado. Ninguém foi efetivamente ameaçado. Não ficou provado nenhum crime”, explicou à época o policial.
De acordo com ele, faltava somente o depoimento da juíza Marixa Fabiane Lopes Rodrigues, que ainda não tinha data definida para ser feito. O delegado afirmou ter ido ao presídio federal de segurança máxima no Mato Grosso do Sul, em março passado, e colhido o depoimento do traficante Nem da Rocinha.
Nem teria afirmado que nunca esteve no Estado e que não conhece o ex-policial. Sobre o goleiro, o traficante afirmou que não o conhecia pessoalmente, apenas sabia que ele era jogador de futebol.
O delegado informou, por meio da assessoria da corporação, que o inquérito ainda não foi concluído porque falta o depoimento da juíza Marixa Rodrigues. O policial disse ter encaminhado o caso à Justiça de Contagem (MG) com intuito de o Judiciário colher o depoimento da magistrada. depois disso, o inquérito será finalizado.
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