Mais dois acusados pela morte do prefeito Celso Daniel devem ser julgados nesta quinta
O Tribunal do Júri do Fórum de Itapecerica da Serra (na Grande São Paulo) julga nesta quinta-feira (16) dois acusados de assassinar o prefeito de Santo André Celso Daniel (PT), em janeiro de 2002. Os acusados vão a júri popular por homicídio duplamente qualificado, mediante promessa de recompensa, e pela utilização de recurso que torna difícil a defesa da vítima. Cinco testemunhas devem ser ouvidas, todas a pedido da defesa.
De acordo com o MP (Ministério Público), Elcyd Oliveira Brito, o “John”, e Itamar Messias Silva dos Santos participaram do sequestro e da morte de Celso Daniel em um crime que teve motivação política e foi feito sob encomenda, mediante pagamento de recompensa.
Até agora, quatro acusados já foram condenados pela morte do ex-prefeito, com penas que variam de 18 a 24 anos de prisão. O primeiro foi Marcos Bispo dos Santos, sentenciado a 18 anos de prisão em novembro de 2010 por homicídio duplamente qualificado.
Os outros três, Ivan Rodrigues da Silva, conhecido como “Monstro”, José Edison da Silva e Rodolfo Rodrigo dos Santos Oliveira, o “Bozinho”, foram condenados em maio deste ano, em um julgamento que durou mais de 12 horas.
QUEM FOI CELSO DANIEL
Celso Daniel nasceu em 16 de abril de 1951 em Santo André. Foi professor de economia e ciências sociais da FGV e PUC e participou da fundação do PT. Foi eleito prefeito de Santo André em 1989, 1997 e 2000, um ano antes de sua morte.
Em 1994, elegeu-se deputado federal com 97 mil votos. Pouco antes de morrer, havia sido escolhido para coordenar a campanha Lula à Presidência. Era cotado para ser um dos ministros do primeiro escalão do governo de Lula.
Os dois réus que serão julgados nesta quinta-feira também deveriam ter sido julgados em maio, mas seus advogados abandonaram a tribuna, antes do início do júri. Eles argumentaram que os 30 minutos a que teriam direito para defender os acusados no plenário seriam insuficientes e pediram o desmembramento do júri dos dois réus. O juiz Antonio Augusto Hristov negou o pedido e ambos decidiram abandonar o julgamento.
Nesta quinta-feira, cada um dos defensores terá uma hora e 25 minutos para tentar convencer os sete jurados da inocência de seus clientes.
Antes dos advogados falará o promotor Marcio Augusto Friggi, autor das acusações. A tese do MP é que Celso Daniel foi morto porque queria impor limites a um esquema de corrupção dentro da Prefeitura de Santo André, cujo objetivo era arrecadar dinheiro para financiar campanhas do PT.
Segundo a promotoria, o ex-prefeito sabia e participava do esquema, mas quis impor limites ao perceber que os envolvidos estavam desviando dinheiro para contas pessoais.
Celso Daniel foi sequestrado quando saía de um jantar com o amigo empresário Sérgio Gomes da Silva, o Sombra, acusado de ser o mandante do crime. O corpo do ex-prefeito foi encontrado dois dias depois na Estrada das Cachoeiras, em Juquitiba, cidade vizinha a Itapecerica da Serra.
De acordo com o Ministério Público (MP) do estado de São Paulo, Elcyd, que já confessou ter participado do crime, e Itamar estavam na caminhonete que interceptou o veículo de Celso Daniel, antes do sequestro.
No julgamento, os sete jurados responderão a questionamentos como se concordam que Celso Daniel foi morto a tiros, se os réus tiveram participação na morte, se o crime foi encomendado e se houve emprego de recursos que impediram a defesa da vítima. Baseado nas respostas, o juiz Hristov determinará a sentença de cada um.
A expectativa da promotoria é de que as possíveis novas condenações influenciem no julgamento do empresário Sérgio Gomes da Silva, o Sombra, amigo de Celso Daniel, acusado pelo MP de ser o mandante do crime.
A defesa de sobra defende a anulação da ação penal com o argumento de que o MP atuou diretamente na investigação criminal, substituindo a polícia. No entanto, já há maioria de votos no STF (Supremo Tribunal Federal) pelo prosseguimento da ação contra o empresário. (Com Agência Brasil)
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