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Água encanada chega a 92% da América Latina, mas 40% do tratamento se perde, diz ONU

Estação de tratamento de esgoto Lavapés, em São José dos Campos (SP); 1 milhão de lares ainda despejam esgoto em rios, lagos ou mar - Lucas Lacaz Ruiz/Folha Imagem
Estação de tratamento de esgoto Lavapés, em São José dos Campos (SP); 1 milhão de lares ainda despejam esgoto em rios, lagos ou mar Imagem: Lucas Lacaz Ruiz/Folha Imagem

Fabíola Ortiz

Do UOL, no Rio de Janeiro

21/08/2012 12h00

A região da América Latina e do Caribe atingiu os Objetivos do Milênio para o abastecimento de água, com 92% da população urbana com acesso à água encanada, divulgou a ONU (Organização das Nações Unidas) nesta terça-feira (21). No entanto, estima-se que 40% da água tratada é perdida devido ao mau funcionamento da infraestrutura, vazamentos e usos inadequados, destaca o relatório “Estado das Cidades da América Latina e Caribe”, lançado no Rio de Janeiro.

Já em relação aos progressos nos serviços de saneamento, 74 milhões de pessoas que vivem nas cidades ainda carecem de rede de esgoto e água encanada – o correspondente a 16% da população da América Latina.

Nos últimos 20 anos, as condições de acesso aos serviços básicos “melhoraram consideravelmente”, destacou o estudo. As áreas urbanas atingiram quase o acesso universal a energia elétrica – entre 97% e 100% de cobertura –, 97% da população urbana têm acesso à água tratada e 86% dispõe de saneamento.

No entanto, não há na região um registro exato da qualidade da água, das redes de esgoto, do tratamento de águas residuais e nem de resíduos sólidos.

De acordo com o relatório, menos de 20% das águas residuais é tratada antes de seu descarte, representando um “perigo sanitário e ambiental”.

A ONU estima que cerca de 25% da população latino-americana obtém água por meios precários, e até mesmo “informais ou clandestinos”. No saneamento, 35% da cobertura nas cidades não é adequada e também apresenta características informais.

Mesmo com um acesso quase universalizado, os dados dos fornecedores indicam, em geral, que a eficiência no setor é baixa, informa o documento. Além disso, as tarifas cobradas podem variar entre US$ 5 (R$ 10,1) e US$ 15 (R$ 30,3) para um consumo de 20 metros cúbicos (ou 20 mil litros).

“Dentro do contexto regional, este caso ressalta suas contradições, pois oferece uma cobertura praticamente universal, mas a preços proporcionalmente muito elevados para a população mais pobre”, discute o documento.