Advogado paulista é acusado de aplicar "golpe do BNDES" em empresários de três Estados
A polícia catarinense apresentou nesta segunda-feira (10) o advogado Amauri Jacintho Baragatti, de 46 anos, preso na última quinta-feira (6) em São Paulo, a pedido da Justiça de Tangará (386 km de Florianópolis).
Baragatti é suspeito de liderar uma quadrilha que aplicava golpes em empresas de São Paulo, Paraná e Santa Catarina prometendo facilitar acesso a linhas de crédito do BNDES (Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social), onde as taxas de juros são muito mais baixas do que as praticadas pelos bancos comerciais.
Ele é acusado de tomar dinheiro adiantado e não concluir nenhum dos negócios prometidos. O caso começou a ser investigado pelo Departamento de Investigações Criminais (Deic/SC) em outubro do ano passado, depois que um empresário de Tangará contratou Baragatti para obter um financiamento para a papeleira Valpaso.
Uma investigação privada, conduzida por um empresário de Blumenau (152 km de Florianópolis), alertou os diretores da Valpaso do golpe antes mesmo de a polícia entrar no caso. A Valpaso sustou cheques de parcelas do dinheiro prometido.
Sem o pagamento e com a demora de Baragatti em produzir resultados, as negociações entre as partes azedaram. Numa das visitas a Tangará, na sede da Valpaso, Baragatti foi surpreendido por empresários que ele já teria lesado, todos exigindo devolução de dinheiro.
R$ 20 milhões
Em 20 de outubro do ano passado o advogado então fez queixa à polícia de ameaças que teria sofrido na Valpaso. A partir de sua identificação no boletim de ocorrência, a polícia catarinense começou a investigação oficial.
A polícia apurou que o advogado estava agenciando financiamentos frios também nas cidades catarinenses de Criciúma (191 km de Florianópolis), Joinville (177 km de Florianópolis), Blumenau e Jaraguá do Sul (190 km de Florianópolis).
A delegada Ana Pires disse que vários dos empresários lesados já contataram o Deic e que o golpe pode passar de R$ 5 milhões. Ela disse também que em contato com seus colegas de São Paulo foram identificados mais empresários lesados no Paraná e em São Paulo, o que elevaria o total dos golpes a 20 milhões.
Na mesma operação o Deic prendeu também a advogada Maria Aparecida Tragliano, em São Paulo, e Edmilson Almeida, em Campinas (93 km de São Paulo), ambos suspeitos de cumplicidade.
Jatinho
Baragatti circulava por Santa Catarina num jatinho fretado, transportando alguns dos empresários com quem negociava, e exibindo estilo de vida caro. Depois de preso, Baragatti não quis falar com os jornalistas. Contratou o advogado Gastão Rosa Filho, que disse: "Meu cliente é inocente, ele quer falar, quer se explicar, não é um estelionatário".
Rosa informou também que desconhece qualquer ligação oficial de seu cliente com o BNDES. Na Valpaso, o diretor Cláudio Tonello mandou dizer pela secretária que não queria comentar o caso.
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