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Meninos são suspeitos de atearem fogo em morador de rua em Caxias do Sul (RS)

Lucas Azevedo

Do UOL, em Porto Alegre

25/09/2012 13h55Atualizada em 25/09/2012 14h43

A Polícia Civil do Rio Grande do Sul identificou cinco menores suspeitos de terem ateado fogo em um morador de rua na noite da última sexta-feira (21), em Caxias do Sul (134 km de Porto Alegre). Carlos Miguel dos Santos, 45 anos, teve 80% do corpo queimado e não resistiu aos ferimentos, morrendo nesse domingo (23), no Hospital Pompéia, na cidade.

Conforme o delegado Joigler Paduano, da 2ª Delegacia de Polícia do município, que investiga o caso, um menino de 15, dois de 14 e um de 13 anos teriam jogado gasolina no corpo de Santos. As chamas se alastraram rapidamente pela barraca de lona e papelão, ferindo seriamente o homem.

Moradores do bairro Euzébio Beltrão de Queiróz, na periferia de Caxias do Sul, eles frequentavam o terreno baldio no bairro vizinho Pio 10, onde o morador de rua se abrigava. Santos era conhecido dos jovens e até amigo dos pais de um deles.

Em seus depoimentos, o desentendimento teve início quando os jovens roubaram uma faca do morador de rua. Para que ela fosse devolvida, Santos ofereceu 2 reais ao grupo. Ao entregarem o objeto de volta e com a negativa do pagamento, os adolescentes decidiram dar um susto no conhecido.

Na noite de sexta-feira, eles compraram R$ 2 de gasolina em um posto de combustível. Eles escolheram o final da noite para o ato, pois sabiam que era a hora em que Santos dormia. Todos foram ouvidos na 2ª Delegacia de Polícia do município, que remeterá o caso à delegacia da Criança e do Adolescente da cidade.

Conforme o delegado, em seus depoimentos, os jovens se mostraram calmos e frios. “Acho que a ficha ainda não caiu. Eles contaram tudo na maior maior naturalidade. Inclusive,quando souberam, pela TV, que a vítima tinha morrido, começaram a contar no bairro o que tinham feito”, comenta Paduano.

Possivelmente será pedida a internação dos adolescentes à Justiça, apos o término do inquérito. Até lá, eles permanecem em liberdade.
Segundo Paduano, os quatro menores vêm de famílias desestruturadas.

“Esses adolescentes, na verdade, têm uma residência, mas ficam mesmo é na rua. Alguns pais deixam eles largados e não querem nem saber. Os pais de um deles ainda não achamos. Contatamos uma irmã, que mora em outro bairro, mas que disse que não queria saber do irmão.”