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Defeito em central da polícia atrapalha investigações sobre morte de casal em Londrina

José Otaviano de Oliveira Ribeiro, 69, e Tathiana Name Colado Simão, 35, foram encontrados mortos em apartamento de luxo em Londrina (PR) nesta quarta (24) - Arquivo pessoal
José Otaviano de Oliveira Ribeiro, 69, e Tathiana Name Colado Simão, 35, foram encontrados mortos em apartamento de luxo em Londrina (PR) nesta quarta (24) Imagem: Arquivo pessoal

Emerson Dias

Do UOL, em Londrina (PR)

26/10/2012 17h57

Desde o dia 2 de outubro terminais da Polícia Militar que gravam as chamadas para quem liga para a emergência (190) estão queimados, o que prejudica as investigações sobre a morte de um casal em um edifício de luxo em Londrina (a 379 km de Curitiba) nesta quarta-feira (24).

A Polícia Civil e o Instituto de Criminalística descobriram que a última ligação feita com o celular do empresário morto foi para o 190 da PM, perto da 1h de quarta. A ligação confusa durou menos de um minuto e o teor da chamada não pode ser analisado pelos investigadores porque sete dos oito terminais de atendimento do batalhão estão queimados após serem atingidos por raios ocorridos durante um temporal.

Segundo o porta-voz do 5º Batalhão da PM em Londrina, capitão Nelson Villa, o policial que trabalhava no 190 informou que não se lembrava dos detalhes porque foram muitas chamadas na noite do crime. “O policial prestou depoimento ao delegado responsável pelo caso. Também enviamos o extrato [registro de chamadas recebidas] para a delegacia”, disse em entrevista ao UOL.

Villa informou ainda que mantém atendentes nos oito terminais, mesmo sem contar com a gravação da maioria, e que o relatório sobre os equipamentos queimados já passou pelos procedimentos legais. “Como trata-se de verba pública, precisamos de três orçamentos para usar dinheiro do Fundo de Segurança Pública, que é liberado de tempos em tempos para a PM”, explicou Villa, que não tem estimativa de valores dos equipamentos danificados.

Homicídios

Com a morte do casal, Londrina passou a registrar 97 homicídios, superando todo o ano de 2011 --93 assassinatos. Os corpos foram encontrados no apartamento na manhã de quarta-feira pela mãe da nutricionista, que pediu ao porteiro para usar uma chave reserva porque não conseguia falar com a filha.

As investigações mostram que Tathiana foi morta com dois tiros na cabeça, eliminando assim qualquer hipótese de suicídio. Ribeiro, que atuou na presidência da Cooperativa dos Cafeicultores de Porecatu (Cofercatu) nos últimos 37 anos, morreu com um tiro no peito. Na cama onde o casal estava foram encontradas uma faca e a pistola usada no crime. A arma estava registrada no nome do empresário.