Advogado de Bola diz que vai recorrer ao TJ para defender cliente e que vai acionar CNJ contra juíza
O advogado Fernando Magalhães, um dos defensores do ex-policial Marcos Aparecido dos Santos, o Bola, afirmou, após ter abandonado o julgamento de seu cliente, que vai recorrer ao TJ-MG (Tribunal de Justiça de Minas Gerais) contra o que classificou como "cerceamento de defesa” e que vai tentar permanecer na defesa do réu.
Magalhães declarou que os advogados do ex-policial vão entrar com uma representação contra a magistrada Marixa Fabiane Lopes Rodrigues, do 1º Tribunal do Júri de Contagem, no CNJ (Conselho Nacional de Justiça).
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“Ele [Bola] nos quer no caso. Vamos ao Tribunal de Justiça e ao Conselho Nacional de Justiça para que possamos continuar no processo sem o cerceamento de defesa”, afirmou.
“A magistrada está desrespeitando o direito de defesa e impedindo que nos manifestemos de maneira livre”, disse Magalhães. “É impossível que se aconteça um julgamento”, afirmou.
“A falta de acesso a mídias, a falta de acesso às provas dos autos, a falta de acesso aos jurados de provas que foram recolhidas anteriormente... são 35 nulidades que nós apontamos, e ela quer que nós falemos das 35 em 20 minutos”, afirmou o advogado, que saiu do local com uma bolsa de viagem.
A juíza perguntou a Bola se ele gostaria de ser defendido por dois defensores públicos. Diante da negativa, a juíza determinou que ele apresente novos advogados no prazo de dez dias e desmembrou o processo em relação a ele.
“Acredito que a vontade dele prevalece, e o Tribunal de Justiça terá bom senso. Nós não fizemos nada para termos essa sanção”, afirmou o advogado.
Magalhães disse ainda que a juíza vai "vedar" a volta dos advogados à defesa do ex-policial.
Já o advogado Ércio Quaresma, que também defendia Bola e foi o primeiro a abandonar o júri, afirmou que voltará ao caso no momento em que Bola for julgado, em uma nova data.
Entenda o caso
A paranaense Eliza Silva Samudio tinha 25 anos em junho de 2010, quando, segundo relatos de amigos, saiu do Rio de Janeiro, onde morava, e foi para Esmeraldas, na região metropolitana de Belo Horizonte, para conversar com o goleiro Bruno, pai de seu filho, então um bebê de quatro meses.
Bruno mantinha um sítio na cidade mineira, onde costumava descansar e reunir amigos, mas foi no Rio que Bruno começou a se relacionar com Eliza, no início de 2009. Cerca de um ano depois, em fevereiro de 2010, eles tiveram um filho.
Amigos contam que o relacionamento entre os dois havia “azedado” logo que Eliza soube que estava grávida. Eles relatam que Bruno e Eliza brigavam muito, e o goleiro a teria agredido e obrigado a tomar remédios abortivos. A pedido dele, Eliza teria ido ao sítio em Minas para tentar chegar a um acordo sobre a paternidade da criança. Foi e não foi mais vista.
VEJA O O QUE SERÁ APRESENTADO NO JULGAMENTO DOS ACUSADOS
RÉU | ACUSAÇÃO | O QUE DIZ O MP | O QUE DIZ A DEFESA |
BRUNO | Responde pelos crimes de sequestro e cárcere privado, homicídio triplamente qualificado e ocultação de cadáver | Mentor e mandante da morte de Eliza, ameaçou-a de morte durante a gravidez. O goleiro determinou que Eliza fosse sequestrada e levada a sua casa, no Rio de Janeiro. Acompanhou o deslocamento de Eliza, já sequestrada e ferida na cabeça após receber coronhadas, para Minas | Nega a existência do crime. Eliza não foi morta porque não há corpo. Anteriormente, havia reconhecido a morte de Eliza, mas sem a participação, concordância ou o conhecimento do goleiro. A atribuição do crime havia sido dada a Macarrão, insinuando que o ex-braço direito nutria um “amor homossexual” pelo jogador |
MACARRÃO | Responde pelos crimes de sequestro e cárcere privado, homicídio triplamente qualificado, e ocultação de cadáver | Também ameaçou Eliza durante a gravidez e foi o responsável pelo sequestro da moça no Rio de Janeiro. Foi o motorista do carro, com Eliza e o filho, na viagem para Minas Gerais. Dirigiu o veículo que transportou a moça até a casa de Bola. Amarrou as mãos de Eliza e desferiu chutes nas pernas da moça | Não existem provas materiais do crime de homicídio. Ele declarou que, Para evitar “especulações”, não adianta detalhes da estratégia de defesa a ser adotada |
BOLA | Responde pelos crimes de homicídio duplamente qualificado e ocultação de cadáver | Executor de Eliza, estrangulou a jovem dentro de casa, em Vespasiano. Esquartejou o corpo da mulher e atirou uma das mãos a cães rottweiler. Foi incumbido de desaparecer com o corpo | Nega as acusações e afirma que apresentará “prova cabal” aos jurados, durante o julgamento, da inocência de Bola |
DAYANNE | Responde pelos crimes de sequestro e cárcere privado da criança | Participou da “vigilância” feita sobre Eliza e o filho no sítio do goleiro em Esmeraldas, apontado pela polícia como o cativeiro de Eliza antes de sua morte. Sabia do plano para matar a ex-amante do jogador. Tentou desaparecer com o filho de Eliza, localizado posteriormente pela polícia em Ribeirão das Neves | Nega que Dayanne soubesse do plano para matar Eliza, ela apenas cuidou da criança depois de um pedido do ex-marido. Sobrevivência do filho de Eliza se deu graças a Dayanne |
FERNANDA | Responde pelos crimes de sequestro e cárcere privado de Eliza e do filho dela | Outra ex-amante de Bruno, auxiliou Macarrão a manter Eliza dentro da casa do goleiro no Rio antes da viagem para Minas. Cuidou do filho de Eliza nesse período e acompanhou Bruno e Macarrão na ida para Minas. Sabia da intenção do grupo de matar Eliza | É inocente, não sabia de nenhum plano para matar Eliza. Não presenciou um cenário que remetesse ao crime atribuído a ela. A viagem a Minas Gerais com o goleiro havia sido programada um mês antes do crime. Não notou ferimentos em Eliza |
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