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Macarrão terá pena "significativamente atenuada" após confissão, diz promotor

Na terça-feira (20), segundo dia de julgamento do desaparecimento da ex-amante de Bruno, Eliza Samudio, Luiz Henrique Romão, o Macarrão, ganhou um abraço da avó no fim da sessão - Vagner Antônio/TJMG/Divulgação
Na terça-feira (20), segundo dia de julgamento do desaparecimento da ex-amante de Bruno, Eliza Samudio, Luiz Henrique Romão, o Macarrão, ganhou um abraço da avó no fim da sessão Imagem: Vagner Antônio/TJMG/Divulgação

Carlos Eduardo Cherem e Guiherme Balza

Do UOL, em Contagem (MG)

22/11/2012 06h39

O promotor de justiça Henry Castro afirmou, nesta quinta-feira (22), que o réu Luiz Henrique Romão, o Macarrão, terá sua pena atenuada por, segundo ele, ter confessado participar da trama que terminou com a morte de Eliza Samudio e apontado o ex-goleiro Bruno Souza como o mandante do crime.

Castro qualificou a confissão de “muitíssimo inteligente”. “A Promotoria esperava, sim, uma confissão e esperava que, ao fazê-lo, ele necessariamente implicasse Bruno, pois, se não fizesse, figuraria como o único articulador desses delitos, especialmente do assinado de Eliza, o que neutralizaria os efeitos de sua confissão”, disse.

“Confessando e atribuindo a articulação e ordenação [da morte de Eliza] a Bruno, ele tem a chance de, ao ser condenado --e será condenado--, receber uma pena significativamente atenuada”, afirma o promotor.

Castro considerou a confissão de Macarrão, o qual ele considera co-autor da morte de Eliza, e não só partícipe, “relevante”, embora “parcial”. “Pela primeira vez temos entre os acusados vivos a imputação deste assassinato ao ex-goleiro Bruno”.

O interrogatório de Macarrão confirma, para o promotor, a morte da vítima. “Hoje temos a afirmação segura de que Eliza Samudio foi assassinada, de que ela morreu”, disse. “Seu corpo foi destruído.”

Segundo o promotor, Macarrão poderá ser incluído no programa de proteção a testemunhas quando passar a responder o processo em liberdade.

 A sessão terminou por volta de 4h20, após mais de 17h do início. A Promotoria fez questão de ouvir Macarrão na madrugada desta quinta-feira (22), temendo uma possível volta atrás na intenção de confessar o crime e apontar Bruno.

 “A insistência de ser interrogado hoje era o receio de que, recolhido ao estabelecimento prisional, lá sofresse alguma pressão e, amanhã para cá regressasse, com sua disposição à confissão, que fora sinalizada à defesa, desmantelada, desconstituída ou revertida”, afirmou Castro.

 Ainda segundo o promotor, advogados de Marcos Aparecido dos Santos, o Bola, movimentaram-se após tomaram ciência de que Macarrão poderiam confessar o crime. “Um deles dirigiu-se na tarde de hoje a este fórum para tentar demover a defesa do proposito da confissão.”

Veja como foi cada dia do julgamento

1º diaMarcos Aparecido dos Santos, o Bola, fica sem advogado depois que Ércio Quaresma se recusa a fazer sua defesa preliminar no tempo estabelecido pela juíza. Bola, então, rejeita um defensor público. Com isso, ele tem seu julgamento adiado para data ainda a ser definida
 A juíza dispensa sete jurados que participaram de outro júri de Bola e o absolveram da morte de um carcereiro
 Fernando Diniz, advogado do Luiz Henrique Romão, o Macarrão, também ameaçou abandonar a defesa, mas voltou atrás
 Também nesta segunda-feira foram definidos os sete jurados que decidirão o futuro dos réus. O corpo de jurados ficou definido com seis mulheres e um homem
2º dia O segundo dia do júri do caso Eliza Samudio foi marcado pela substituição de um dos advogados do goleiro Bruno Fernandes e terminou com um momento de intimidade entre o ex-jogador e sua atual namorada Ingrid Oliveira.
  Bruno dispensou o advogado Rui Pimenta, que disse estar surpreso.
 A sessão de hoje foi marcada também pelo choro de Dayanne de Souza, ex-mulher do jogador, e Fernanda de Castro, ex-amante do goleiro, ambas acusadas de participação no desaparecimento de Eliza Samudio.
 Por um pedido da Promotoria, a juíza Marixa Fabiane decidiu desmembrar o julgamento de Dayanne, de modo que o advogado Francisco Simim passasse a defender apenas Bruno neste júri. Com isso, ela será julgada em outra data.
  A juíza Marixa Fabiane aplicou uma multa de R$ 18,7 mil para os três advogados de Bola, que abandonaram o júri.
3º dia Em outro dia tumultuado, o ex-goleiro Bruno conseguiu ter seu julgamento desmembrado. Ele será julgado em 4 de março de 2013.
  Macarrão depõe e incriminou Bruno. Ele disse que o ex-goleiro pediu para ele levar Eliza para um local perto da Toca da Raposa. Lá, ela desceu do carro que ele dirigia e foi colocada em um Pálio preto. Ele, no entanto, não disse textualmente que Eliza está morta.