Promotor chama advogado de Bruno de "vazio"; defensor diz que promotor é "traíra" e "mentiroso"
Na véspera da sessão que definirá o futuro dos réus Luiz Henrique Romão, o Macarrão, e Fernanda Castro, ex-amante do goleiro Bruno Souza, o promotor de Justiça Henry Castro e o advogado do ex-atleta Lúcio Adolfo da Silva trocaram ofensas. Castro disse que Silva é "cheio de empáfia" e "vazio". O defensor disse que o promotor é "traíra" e "mentiroso".
A defesa do goleiro sustenta que a delação de Macarrão, que apontou Bruno como o responsável pelo desaparecimento de Eliza Samudio, foi decidida em um acordo entre a Promotoria e os defensores de Macarrão, em troca de uma redução do tempo de condenação do réu. O promotor nega que tenha ocorrido um acordo e promete pedir a condenação de Macarrão da mesma maneira.
Castro questionou nesta quinta-feira (22) a pergunta feita por Adolfo da Silva à Fernanda, que indagou a ré se ela fez algum acordo com o Ministério Público, o que ela negou. Depois da sessão, o promotor subiu o tom contra o advogado.
“Hoje observamos um advogado cheio de empáfia, vazio, como um saco de pão abandonado ao vento, ingressar no plenário, questionando a Fernanda sobre a ocorrência de algum acordo entre a acusação, mais especificamente o promotor, e a defesa dela”, disse Castro.
E emendou: “A Promotoria sustentará em sua inteireza toda postulação acusatória nesse processo. Não há acordo, e qualquer afirmação sobre acordo não passa de bravata.”
A poucos metros do promotor, em entrevista a jornalista, devolveu as críticas. “Eu tive um caso em que ele fez exatamente assim, o caso Anderson Angelo, em Montes Claros [MG], num júri em que ele beneficiou um preso em um processo e acusou o outro. Isso para mim é notório, estou acostumando com ele. Ele é muito de falar.”
Após ser questionado que o promotor afirmou não ter haviado acordo, Adolfo o chamou de “traíra” e “mentiroso”. “Ouvi do advogado Leonardo [Diniz, defensor de Macarrão] que houve acordo sim. Foi na tarde de hoje, no plenário do Júri”, disse. “Se ele acusar [Macarrão], é traíra, fez um acordo e não quer cumprir.”
Para o defensor, a decisão do júri pode estabelecer um conflito para acusação. “Se o Conselho de Sentença entender por condenar o Macarrão, significa que o Conselho não acredita no Macarrão. Se diminui a condenação, significa que a acusação inicial estava errada.”
Depoimento de Fernanda Castro
Após o interrogatório de Fernanda Castro, nesta quinta-feira (22), o promotor disse estar “feliz” e sustentou que ela mentiu em vários momentos.
“Fernanda mentiu. Afirmou que Macarrão teria a iniciativa de chamá-la na noite do sequestro de Eliza Samudio para que ela se dirigisse à casa do goleiro Bruno no Recreio dos Bandeirantes para que ali ela a ajudasse a cuidar do filho de Eliza, mas ela mesma teve a iniciativa de realizar pelo menos duas ligações telefônicas para o telefone celular do Jorge Luiz”, disse.
De acordo com Castro, Fernanda “se dirigiu ao local do cativeiro”, na casa de Bruno, de onde Eliza seria legada para Minas Gerais para ser morta, segundo ele. “Já naquele momento Eliza Samudio ficou desacompanhada de sua criança e ficou desprovida do telefone celular.”
Veja como foi cada dia do julgamento
1º dia | Marcos Aparecido dos Santos, o Bola, fica sem advogado depois que Ércio Quaresma se recusa a fazer sua defesa preliminar no tempo estabelecido pela juíza. Bola, então, rejeita um defensor público. Com isso, ele tem seu julgamento adiado para data ainda a ser definida |
A juíza dispensa sete jurados que participaram de outro júri de Bola e o absolveram da morte de um carcereiro | |
Fernando Diniz, advogado do Luiz Henrique Romão, o Macarrão, também ameaçou abandonar a defesa, mas voltou atrás | |
Também nesta segunda-feira foram definidos os sete jurados que decidirão o futuro dos réus. O corpo de jurados ficou definido com seis mulheres e um homem | |
2º dia | O segundo dia do júri do caso Eliza Samudio foi marcado pela substituição de um dos advogados do goleiro Bruno Fernandes e terminou com um momento de intimidade entre o ex-jogador e sua atual namorada Ingrid Oliveira. |
Bruno dispensou o advogado Rui Pimenta, que disse estar surpreso. | |
A sessão de hoje foi marcada também pelo choro de Dayanne de Souza, ex-mulher do jogador, e Fernanda de Castro, ex-amante do goleiro, ambas acusadas de participação no desaparecimento de Eliza Samudio. | |
Por um pedido da Promotoria, a juíza Marixa Fabiane decidiu desmembrar o julgamento de Dayanne, de modo que o advogado Francisco Simim passasse a defender apenas Bruno neste júri. Com isso, ela será julgada em outra data. | |
A juíza Marixa Fabiane aplicou uma multa de R$ 18,7 mil para os três advogados de Bola, que abandonaram o júri. | |
3º dia | Em outro dia tumultuado, o ex-goleiro Bruno conseguiu ter seu julgamento desmembrado. Ele será julgado em 4 de março de 2013. |
Macarrão depõe e incriminou Bruno. Ele disse que o ex-goleiro pediu para ele levar Eliza para um local perto da Toca da Raposa. Lá, ela desceu do carro que ele dirigia e foi colocada em um Pálio preto. Ele, no entanto, não disse textualmente que Eliza está morta. | |
4º dia | No quarto dia do julgamento, só Fernanda Castro, ex-amante de Bruno, prestou depoimento. Ela disse que só soube da morte de Eliza por causa do depoimento de Macarrão, dado na quinta-feira (22), na madrugada. |
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