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Terracap usará ordem de despejo para retirar MST de fazenda citada na CPI do Cachoeira

O MST e o Movimento de Apoio aos Trabalhadores Rurais ocuparam a fazenda Gama em agosto - Valter Campanato/Agência Brasil
O MST e o Movimento de Apoio aos Trabalhadores Rurais ocuparam a fazenda Gama em agosto Imagem: Valter Campanato/Agência Brasil

Stênio Ribeiro

Da Agência Brasil, em Brasília

01/12/2012 18h22

A Terracap (Companhia Imobiliária de Brasília) vai apresentar, na próxima segunda-feira (3), ordem judicial de despejo para que as 1.300 famílias acampadas na Fazenda Gama, atrás do Catetinho e do Setor Park Way, deixem a área de 4.093 hectares.

A fazenda, adquirida pelo grupo do contraventor Carlos Cachoeira, foi ocupada pelo MST (Movimento dos Trabalhadores Rurais Sem Terra) e pelo MATR (Movimento de Apoio aos Trabalhadores Rurais) em agosto. Os manifestantes afirmavam que a propriedade de Cachoeira possui irregularidades, indicadas pela CPI que investiga os negócios do contraventor, e que deveria ser destinada para reforma agrária.

Os acampados prometem resistir à ordem judicial, como disse a porta-voz do MST (Movimento dos Trabalhadores Rurais sem Terra), Petra Magalhães. Ela acredita em entendimento com o governo do Distrito Federal, embora o governador Agnelo Queiroz tenha se negado a negociar com eles.

Petra salientou que desde o início de novembro solicita ao governo que aponte outra área para realocação das famílias que ocupam a Fazenda Gama desde agosto último, mas “Agnelo está sendo irredutível, e quer nos massacrar mesmo. Está sendo o pior governo com o qual temos tratado. Mas – quem sabe! – possa surgir uma luz” nas próximas 48 horas.

A ocupação da fazenda começou com 800 famílias e gradativamente incorporou mais 500 das quase 3.000 famílias distribuídas em oito acampamentos em terras do Distrito Federal, dos quais Pipiripau, perto de Planaltina, é o mais antigo, com 12 anos.