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Chuvas no Rio causam duas mortes em menos de 24h; capital contabiliza estragos

Do UOL, em São Paulo *

18/01/2013 10h55Atualizada em 18/01/2013 12h03

As fortes chuvas que atingem o Rio de Janeiro desde essa quinta-feira (17) provocaram duas mortes em menos de 24 horas no Estado --a de uma menina de quatro anos e a de uma adolescente de 13.

A secretaria estadual de Saúde contabiliza ao menos três vítimas encaminhadas a hospitais em Niterói: duas crianças e uma mulher de 38 anos.

Segundo a Defesa Civil do Estado do Rio, ontem à noite, uma adolescente de 13 anos morreu em um desabamento na rua Getúlio Vargas, no Ingá, em Niterói, quando parte de uma encosta cedeu sobre um muro, que tombou.

Júlia Gonçalves Damasceno, 13, trabalhava como babá de uma garota de três anos e de um menino de dois, também moradores da comunidade. Ontem havia sido seu primeiro dia de trabalho. O desabamento ocorreu por volta das 21h, quando ela levava as crianças de volta para casa. A babá conseguiu proteger com seu corpo as duas crianças, que foram resgatadas por moradores antes da chegada do Corpo de Bombeiros.

A adolescente morreu no local. Seu corpo foi levado para o Instituto Médico Legal de São Gonçalo, também na região metropolitana. O local do acidente foi vistoriado pela Defesa Civil e duas casas foram interditadas com risco de desabamento. Outro imóvel também foi notificado e está em observação em função dos danos na estrutura.

Segundo a Defesa Civil do Estado do Rio, as duas crianças que estavam no local com a adolescente ficaram feridas, sem gravidade, e foram encaminhadas ao Hospital Estadual Azevedo Lima.

Uma mulher de 38 anos que estava no local passou mal e também foi levada à unidade de saúde e já teve alta. O menino continua internado, estável e em observação, e a menina foi transferida a um hospital privado de Niterói.

A outra vítima fatal dessa quinta-feira foi uma menina de quatro anos, em Mendes, no sul do Estado. Ela morreu de manhã, após a queda de uma barreira.

Meteorologia prevê mais chuva forte

Para o final desta sexta (18) e para o fim de semana, a previsão é de mais chuva forte no Estado do Rio. Segundo a meteorologista Marlene Leal, do Inmet (Instituto Nacional de Meteorologia), a frente fria permanece sobre o território fluminense pelos próximos dias.

“A frente fria já estava sobre o Rio, mas acaba sendo intensificada com outro sistema que vem [ao encontro da frente fria], como convergências de umidade de outras áreas. Elas se deslocam das regiões Centro-Oeste e Nordeste em direção ao Sudeste, intensificando essas áreas de instabilidade”, disse a meteorologista.

Sexta-feira de estragos e transtornos

Os efeitos da chuva ainda eram sentidos nesta manhã em diversos pontos do Rio. Passageiros de um ônibus tiveram que ser resgatados de bote pelo Corpo de Bombeiros na Favela do Jacarezinho, na zona norte.

O ônibus parou na rua Viúva Cláudio, uma passagem sobre a linha do trem, que estava completamente inundada.

Os bombeiros chegaram ao local por volta das 6h30 e precisaram usar botes e cordas para retirar os 20 passageiros. Ninguém ficou ferido.

O temporal também causou a interrupção no funcionamento de trens no Rio nesta manhã. Duas estações --Penha Circular e Olaria-- foram fechadas na zona norte em função de inundações e lama.

Por toda a cidade, no início da manhã, era possível ver o rastro de lama e lixo arrastados pelas chuvas. Tijuca, Madureira, avenida Brasil e Benfica, na zona norte, foram as regiões mais atingidas, com imóveis alagados e ruas com água na altura do joelho.

A chuva começou por volta das 23h desta quinta-feira (17) e durou cerca de quarenta minutos. Diversas ruas ficaram alagadas em bairros da zona sul, como Botafogo, Copacabana, Catete e no centro do Rio.

Na região da Lapa, a água chegou a um metro de altura e invadiu os bares do famoso bairro boêmio. A ponte Rio-Niterói chegou a ser fechada por 15 minutos. Diversos motoristas tiveram dificuldade para retornar para casa em função dos bolsões d'água e dos congestionamentos.

No subúrbio do Rio, três comunidades em morros tiveram sirenes acionadas para alertar os moradores para os riscos de desabamentos.

Na zona oeste, o bairro de Taquara teve quatro imóveis interditados pela Defesa Civil. Segundo o órgão, entretanto, não houve registros de deslizamentos ou desabamentos na cidade durante a noite. (Com Agência Estado e Agência Brasil)