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Polícia reconstitui morte de estudante por diferença de R$ 7 na conta em restaurante em Guarujá (SP)

Estudante campineiro Mário dos Santos Sampaio, 22, morto a facadas, ao lado da namorada Patrícia Bonani: o crime foi "covarde", diz ela - Arquivo pessoal
Estudante campineiro Mário dos Santos Sampaio, 22, morto a facadas, ao lado da namorada Patrícia Bonani: o crime foi "covarde", diz ela Imagem: Arquivo pessoal

Fabiana Marchezi

Do UOL, em Campinas

21/02/2013 13h10

A Polícia Civil em Guarujá (86 km de São Paulo) reconstitui a partir das 14 horas desta quinta-feira (21) o assassinato do estudante Mário dos Santos Sampaio, de Campinas (93 km de São Paulo), morto a facadas em um restaurante da cidade litorânea após uma discussão por causa de uma diferença de R$ 7 na conta. Nessa quinta (20), o estudante campineiro faria 23 anos.

Para a família, a coincidência entre as datas – aniversário e reconstituição – é um aviso. “Não é só uma simples coincidência. É um sinal. Com a reconstituição, Deus está confirmando pra polícia e pra Justiça que meu irmão foi vítima de um crime muito covarde”, disse a irmã do estudante, Valéria Cristina Santos Sampaio.

Uma missa marcada para esta noite na Paróquia Conceição da Nova Aparecida, na Vila Padre Anchieta, substituirá as comemorações do aniversário de Sampaio.

Da reconstituição participam quatro amigos e a namorada do estudante, que presenciaram o crime. O pai de Sampaio e o cunhado também foram até a cidade para acompanhar o trabalho da polícia. Outras duas testemunhas que não conheciam a vítima, mas estavam no restaurante naquele dia, também participarão da reconstituição. O resultado dos trabalhos será anexado ao processo criminal.

Para o advogado da família, Antonio González, a reconstituição é só mais uma peça na investigação para confirmar o crime cruel. “Os trabalhos só vão confirmar o que a maioria dos 32 depoimento já mostrou”, disse.

O dono do restaurante, José Adão Pereira Passos; o filho dele, Diego Souza Passos, que era o gerente, não quiseram participar da reconstituição. Eles Continuam presos. O garçom Robinson de Jesus Lima, que também é suspeito de envolvimento no crime, permanece foragido. A Justiça já aceitou a denúncia contra eles, e os três são considerados réus no crime.

Na última segunda-feira (18), o advogado da família divulgou uma gravação que confirmou o pedido de socorro feito à PM (Polícia Militar) pelo estudante, antes de ele ser morto. A ligação, feita ao 190 –-que dura 3 minutos e 26 segundos-- cai exatamente no momento em que o universitário é esfaqueado, segundo González.

Na ocasião, o advogado também informou que em março a família vai entrar com ação indenizatória contra os acusados. Segundo o advogado, a família pretende reaver danos morais e materiais e doar o valor obtido ao Centro Boldrini, uma instituição de Campinas que atende crianças com câncer.

O caso

Sampaio foi morto a facadas na véspera do Ano Novo por José Adão Pereira Passos, 55, dono do restaurante onde havia feito uma refeição com a namorada e os amigos. Eles passariam a virada de ano juntos na praia. Após o estudante discordar do valor da conta (uma diferença de R$ 7), uma discussão entre Sampaio, o dono do restaurante, o filho dele e o garçom foi iniciada dentro do estabelecimento.

Depois de toda a confusão, segundo a polícia, o dono do restaurante foi à cozinha, voltou com a faca e golpeou Sampaio. José Adão foi preso nove dias após o crime. De acordo com a polícia, o suspeito escondeu provas, intimidou testemunhas e atrapalhou a investigação. Diego, o filho dele, foi preso no dia 15 de janeiro. O garçom está foragido.