Temporal provoca 16 mortes em Petrópolis, na região serrana do Rio
O temporal que atinge a cidade de Petrópolis, na região serrana do Rio de Janeiro, desde a tarde de domingo (17) provocou 16 mortes na cidade, segundo secretário estadual de Defesa Civil, coronel Sérgio Simões - entre eles dois técnicos da Defesa Civil.
Outras 18 pessoas estão feridas e internadas em hospitais do município. Foram ao menos 368 ocorrências registradas pela Defesa Civil do município nesta segunda-feira (18). Os rios Piabanha e Quitandinha também continuam em alerta máximo, sob risco de transbordamento em alguns pontos do centro histórico do município.
Até o início da noite desta segunda, 560 pessoas estavam desalojadas e abrigadas em 18 locais na cidade. O índice pluviométrico do bairro Quitandinha, o mais atingido, chegou a 428 milímetros nas últimas 24 horas, quase que o dobro do esperado para o mês inteiro, de acordo com a Defesa Civil do município.
Cerca de R$ 200 mil foram liberados pela prefeitura para a compra de colchões, cobertores, alimentos, água potável e produtos de higiene pessoal.
Entre os mortos na tragédia estão dois membros da Defesa Civil de Petrópolis: Fernando Fernandes de Lima, 44, era especialista na área e que já foi sub-coordenador de Defesa Civil no governo anterior ao atual, e Paulo Roberto Filgueiras, 37, técnico em enfermagem e também especialista em resgates, presidente do grupo de voluntários Anjos da Serra.
O secretário de Estado de Defesa Civil do Rio de Janeiro, coronel Sérgio Simõe, informou que tem recebido grande número de solicitações de socorro, mas as equipes estão com dificuldade de chegar esses locais. Por volta das 10h30, chovia fraco em Petrópolis, mas a chuva pela parte da manhã foi moderada. Como o solo já estava encharcado, há risco de desabamento. Simões fez um apelo para que as pessoas saiam de suas casas e procurem locais seguros.
O prefeito de Petrópolis, Rubens Bomtempo, decretou ponto facultativo nas escolas do munícipio, nesta segunda por conta dos problemas causados pelo temporal. A Universidade Católica, a maior da cidade, também paralisou as atividades.
No começo da noite do domingo, a Defesa Civil acionou as sirenes instaladas em áreas de risco, alertando a população para que deixasse as suas casas e procurasse os abrigos da prefeitura.
Veja os estragos causado pela chuva na região serrana
A chuva forte deixou diversas ruas alagadas em Petrópolis. De acordo com relatos de morados nas redes sociais, a enxurrada arrastou veículos e deixou pessoas ilhadas. O internauta Vinni Petrocelli (@petroninfo) postou no Twitter : "o centro da cidade está praticamente todo submerso".
A rodovia Rio-Juiz de Fora está parcialmente interditada em sete pontos, por conta de deslizamentos de terra. O trecho de subida da serra, na altura do quilômetro 75, chegou a ficar completamente fechado, mas foi liberado no fim da madrugada de hoje.
Na Serra de Petrópolis, a chuva causou queda de barreira na BR-040 e deixa o tráfego em meia pista na altura dos quilômetros 100 e 96 e 92 e 83, sentido Juiz de Fora, Minas Gerais, e na altura dos quilômetros 75 e 81 e 83, sentido Rio de Janeiro. A estrada tem visibilidade parcial e chuva fina durante a manhã desta segunda-feira.
Teresópolis
Segundo a Defesa Civil, a chuva não deixou vítimas em Teresópolis, onde houve duas quedas de barreira --uma no bairro Santa Cecília e outra em Guarani--, uma queda de muro em Corta Vento, um deslizamento na Coreia e um alagamento em Vargem Grande. Durante a noite, as maiores quantidades de chuva foram de 168mm no Rosário, 100mm no Corta-vento e 89,4mm na Quinta Lebrão. Nesta manhã, a chuva diminuiu e caiu fina.
A Defesa Civil tocou as sirenes de alerta no noite de ontem e moradores dos bairros do Vale da Revolta, Caxangá, Rosário e Coreia saíram de suas casas em direção a pontos de apoio, locais dentro das comunidades onde as pessoas ficam durante o momento crítico da chuva e que não funcionam como abrigo.
O órgão municipal informou que 32 crianças e 27 adultos se alojaram em um colégio e na associação de moradores no Caxangá e voltaram para suas casas às 5h desta segunda-feira (18).
Angra dos Reis
Em Angra dos Reis, equipes da Defesa Civil se deslocaram por volta das 21h de domingo para o Parque Mambucaba, a Japuíba e o Pontal, onde houve transbordamento de rios. Em Mambucaba, o rio que passa pelo bairro já teve seu pico de maré. Na Japuíba, outro rio tem pontos de transbordamento na altura das ruas Rio Bonito e Mangaratiba.
Rio de Janeiro
A chuva colocou a capital fluminense em estado de atenção. O Rio de Janeiro entra neste nível quando há previsão de chuva moderada, ocasionalmente forte, nas próximas horas. Neste estágio, os operadores do Sistema Alerta Rio, da prefeitura, ficam em constante comunicação com os órgãos municipais que atuam nas situações de chuva.
O mau tempo fez com que o aeroporto Santos Dumont ficasse fechado para pousos das 7h05 até 7h20 desta segunda e operando por instrumentos para decolagens. Às 8h42, os aeroportos Santos Dumont e do Galeão operavam com o auxílio de instrumentos para pousos e decolagens, segundo informações da Infraero.
O Centro de Operações do Rio registrou pontos de alagamento e engarrafamentos na cidade. Na avenida Rodrigues Alves, sentido Praça Mauá, na altura da rua Antônio Lage, no Centro, há um bolsão d'água.
A rua Arquias Cordeiro foi interditada devido à queda de um poste. O desvio é realizado pela rua Padre André Moreira. A concessionária Light se desloca para o local.
Mais chuva
Segundo o Inmet (Instituto Nacional de Meteorologia), a previsão para a região serrana nesta segunda-feira é de tempo nublado a encoberto com pancadas de chuva e trovoadas. A possibilidade de chuva é de 60% a 90% durante a tarde e a noite. A temperatura fica entre 16 °C e 25 °C. Já para terça-feira (19), a previsão é de tempo nublado a encoberto com chuva, com temperatura variando entre 14 °C e 24 °C. (Com agências)
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