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Caso de miss morta após cirurgia está parado por falta de laudo de hospitais em Goiás

A modelo Louanna Adrielle Castro Silva, 24, morreu após iniciar o procedimento cirúrgico para colocar prótese de silicone nos seios, no Hospital Buriti, no Parque Amazônia, em Goiânia - Reprodução/MB/Futura Press
A modelo Louanna Adrielle Castro Silva, 24, morreu após iniciar o procedimento cirúrgico para colocar prótese de silicone nos seios, no Hospital Buriti, no Parque Amazônia, em Goiânia Imagem: Reprodução/MB/Futura Press

Lourdes Souza

Do UOL, em Goiânia

20/03/2013 15h00

A delegada Luciane Aguiar, do 13º Distrito Policial de Goiânia, acionou a Justiça para que os hospitais responsáveis pelo atendimento à miss Jataí Turismo 2012, Louanna Adrielle Castro Silva, 24, morta durante uma cirurgia plástica, encaminhem os prontuários ao Instituto Médico Legal (IML) para a conclusão do laudo cadavérico, que apontará as causas da morte da miss. O pedido foi feito no início desta semana, e a delegada agora aguarda o parecer do Judiciário.

O pedido judicial foi necessário porque os hospitais Buriti, no Parque Amazônia, em Goiânia, onde foi realizada a cirurgia plástica pelo médico Rogério Morale, e o Monte Sinai, onde a paciente foi levada para atendimento de emergência e morreu, se recusaram a enviar os documentos sem uma ordem da Justiça. Os hospitais foram procurados pela reportagem, mas nenhum dos representantes estava no local para prestar esclarecimentos.

O laudo cadavérico é necessário para a conclusão do inquérito policial, que apontará se houve ou não erro médico na cirurgia, realizada no dia 1º de dezembro do ano passado. A demora na entrega dos prontuários atrasou o laudo, que ainda não tem data certa para ser entregue.

Versão contestada

Durante as investigações, o médico responsável pela cirurgia, Rogério Morale, e a anestesista Beatriz Vieira Espíndola negaram que houve erro médico e chegaram a apontar que a paciente poderia ser usuária de drogas. Mas o laudo toxicológico do IML, divulgado no último dia 7 de janeiro, não confirmou a versão dos médicos.

O marido da vítima, Giuliano Cabral Chaves, diz que, na época da morte de Louanna, a família conseguiu cópias dos prontuários nos hospitais. Estes documentos foram encaminhados ao IML, mas não possuem validade por não serem os originais.

Ele diz que tentaram conseguir os prontuários originais, mas os hospitais se negaram a entregar. Diante da negativa, a única opção foi recorrer à Justiça. "Ainda não tem prazo para a conclusão, e isso nos angustia porque queremos ter uma resposta, saber o que aconteceu. Há momentos que até pensamos que tem mais coisas por trás, porque nunca vi um laudo demorar mais de três meses", afirmou Chaves

A morte

Louanna morreu no dia 1º de dezembro de 2012 após entrar no centro cirúrgico para o implante de silicone nos seios. Ela teve uma parada cardíaca durante o procedimento, realizado no hospital Buriti, no bairro Parque Amazônia. A miss era atendida pelo médico Rogério Morale, que não conseguiu reverter o quadro. No hospital onde a cirurgia era realizada não havia UTI (Unidade de Terapia Intensiva).

O médico atende em Jataí (327 km de Goiânia), onde Louanna morava, mas a família dela alega que a cirurgia foi realizada na capital justamente por causa da UTI. Chaves disse acreditar que houve negligência dos médicos e diz que Morale não cumpriu o combinado, pois teria oferecido um serviço que não possuía, a UTI.