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Acusado de matar mulher fisiculturista asfixiada está foragido há 2 meses

Aliny Gama

Do UOL, em Maceió

25/03/2013 16h47

O empresário paulista Alexandre Furtado Paes, 35, acusado de matar por asfixia mecânica a esposa Fabiana Cargianno Paes, 36, quando o casal estava em viagem pelo Rio Grande do Norte com a família da jovem, está foragido da polícia há exatos dois meses, completados nesta segunda-feira (25).

Desde que foi decretada a prisão temporária, no último dia 25 de janeiro, Alexandre Paes é considerado foragido porque não se apresentou à polícia.

Segundo o delegado que investigou o caso, Frank Albuquerque, o suspeito não deve se entregar. “O Alexandre pode fazer isso em qualquer Estado do Brasil. Ir a uma delegacia acompanhado de seu advogado e se apresentar para responder ao processo na prisão, mas acho difícil porque até agora isso não ocorreu. Pela experiência que tenho, se ele tivesse de se apresentar a polícia já tinha feito isso porque o resultado das investigações já estava bem definido desde o início quando descobrimos que ele tentou fraudar o local que a esposa foi agredida e também prestou depoimento mentindo, que ela havia caído de forma natural dentro do banheiro do quarto do hotel”, disse Albuquerque.

Na quarta-feira (20), a Justiça negou o pedido da defesa de Paes de revogar a prisão temporária e o juiz da 3ª Vara Criminal de Natal, Ricardo Procópio Bandeira de Melo, reverteu o pedido e decretou a prisão preventiva depois que analisou a denúncia feita pelo Ministério Público Estadual contra o viúvo.

A Justiça potiguar decidiu determinar a prisão preventiva de Paes depois que a polícia informou que a família da jovem contou a polícia de Osasco que estava se sentindo intimidada por familiares do viúvo, que teriam cercado várias vezes a casa que a mãe e a irmã de Fabiana moram no interior de São Paulo.

Outro ponto observado pela Justiça foi que após a morte de Fabiana o viúvo “tentou fraudar provas” para que a polícia não descobrisse que a verdadeira causa da morte dela.

Os laudos do SVO (Serviço de Verificação de Óbito) do Itep (Instituto Técnico Científico de Polícia) do Rio Grande do Norte revelaram que Fabiana morreu vítima de asfixia mecânica.

O caso

Alexandre Paes e a mulher Fabianna Cargianno Paes estavam em Natal com a família para passar o Réveillon. No dia 28 de dezembro, Paes pediu ajuda de funcionários do hotel porque a esposa “havia sido encontrada caída dentro do box do banheiro desmaiada”.

A mulher foi socorrida pelo Samu (Serviço de Atendimento Móvel de Urgência) para o hospital da Unimed e, logo, transferida para UTI, pois Fabiana havia sofrido várias paradas cardiorrespiratórias. No dia 2 de janeiro, Fabiana morreu e o marido foi ao SVO tentar liberar o corpo da mulher sem o atestado de óbito para ser cremado em João Pessoa. Por causa da insistência dele, a polícia foi acionada e iniciou o processo de investigação contra Paes.

Apesar de a polícia de Osasco ter realizado mandados de buscas na tentativa de prender Alexandre, inclusive montando campana em frente a academia di casal, ele ainda está foragido. A polícia não tem informações do paradeiro dele.

Durante depoimento prestado à polícia, Alexandre contou a versão de que havia encontrado a mulher caída dentro do box do banheiro do quarto do hotel que estavam hospedados. A versão dele foi derrubada depois que a polícia colheu depoimentos de testemunhas que ouviram barulhos semelhantes a uma briga vinda do quarto do casal e também pelas análises do local que Fabiana foi encontrada.

“Os vidros do box do banheiro ficaram no chão sem rastro que Fabiana foi arrastada e também ela não estava com o corpo e os cabelos molhados, o que caracterizariam que ela estava tomando banho quando ocorreu o incidente”, disse o delegado.

O UOL não conseguiu achar o advogado do acusado.