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Suspeito de matar taxistas no Sul diz que usou drogas antes de crimes

Lucas Azevedo

Do UOL, em Porto Alegre

16/04/2013 19h34

O rapaz de 21 anos que admitiu em depoimento à polícia ser o assassino de seis taxistas em um intervalo de 48 horas no fim de março, no Rio Grande do Sul, agiu sobre o efeito de drogas, ao menos nos três primeiros assassinatos. Segundo o próprio Luan Barcelos da Silva, em novo depoimento à Polícia Civil, em Santana do Livramento (489 km de Porto Alegre), ele havia consumido maconha e ecstasy pouco antes de assassinar os três taxistas, todos em um intervalo de quatro horas. Ele confirmou ainda já ter sido usuário de cocaína.

Silva foi transferido nesta terça-feira à Pasc (Penitenciária de Alta Segurança de Charqueadas), na Grande Porto Alegre. Já a polícia informou que deve pedir à Justiça a prorrogação de sua prisão por mais 30 dias.

Em um novo depoimento prestado na segunda-feira (15), ele deu mais detalhes sobre os dias que antecederam a Páscoa, quando viajou para a cidade que faz divisa com o Uruguai e voltou para a capital. Em um intervalo de 48 horas, o rapaz, que não possuía antecedentes criminais, matou friamente seis taxistas para roubar aparelhos celulares e R$ 870.

Crimes

No depoimento dado à polícia na segunda, ao qual o UOL teve acesso, Silva descreveu como assassinou os motoristas em Santana do Livramento. Estiveram presentes no momento da coleta do relato dois advogados destacados pela OAB-RS, já que a Defensoria Pública pode estar presente.  

"Lembra que estava sentado no banco traseiro lado direito deste táxi e quando o motorista parou o declarante lhe desferiu dois disparos que acredita que atingiram a cabeça dele. Depois disso saiu do carro, abriu a porta do motorista e retirou o corpo deste homem de dentro do carro", descreve o suspeito em depoimento.

Em outro trecho, Silva conta que sua arma falhou, e o taxista se virou para seu lado, momento em que recebeu um tiro.

"Pediu ao motorista que dobrasse a esquerda, alguns metros depois pediu que o motorista parasse, sacando seu revolver que estava na cintura e tentando em primeiro momento efetuar um disparo na cabeça dele, quando a munição falhou, o homem se virou e imediatamente o declarante efetuou outro disparo, acertando-lhe a cabeça, não sabe determinar o local exato onde acertou o primeiro tiro", informa o documento com o depoimento do suspeito.

Uruguai

O jovem também detalhou o assassinato do taxista Enio Rolim Lecina, 55. Conforme o suspeito, o motorista foi morto na cidade uruguaia de Rivera. Segundo o delegado Eduardo Santanna Finn, esse fato pode fazer com que ele seja responsabilizado por latrocínio também no Uruguai.

"Minha ideia é levar uma cópia do inquérito para a polícia uruguaia. Se for interesse deles, podem indiciar o Luan por lá também."

Silva contou também que arma calibre .22 lhe foi dada por um amigo de 14 anos, que pediu que ele ficasse com o objeto por um dia, pois sua mãe havia vasculhado seu quarto e poderia achá-la. Nesse mesmo dia, afirmou, resolveu praticar os roubos.

O rapaz disse ainda que se desfez da arma em um bairro da zona leste da capital, conhecido pelo tráfico de drogas. Ressaltou também que não trocou o revólver por entorpecentes por receio de ser rastreado. Por isso apenas, o abandonou na rua.