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Jurados se reúnem para decidir destino de Bola; advogados trocam farpas

26.abr.2013 - O ex-policial Marcos Aparecido dos Santos, o Bola, conversa com o advogado Ércio Quaresma  - Washington Alves/UOL
26.abr.2013 - O ex-policial Marcos Aparecido dos Santos, o Bola, conversa com o advogado Ércio Quaresma Imagem: Washington Alves/UOL

Rayder Bragon e Carlos Eduardo Cherem

Do UOL, em Contagem (MG)

27/04/2013 20h48Atualizada em 27/04/2013 21h00

Os jurados que decidem o destino do ex-policial Marcos Aparecido dos Santos, o Bola, acusado de assassinar Eliza Samudio, se reuniram neste sábado (27), por volta das 20h30, para votar se o réu é culpado ou inocente. Após a reunião dos jurados, em caso de condenação, a juíza Marixa Fabiane deve decidir a pena. Este é o sexto dia de julgamento no Fórum de Contagem (MG), região metropolitana de Belo Horizonte, e a expectativa é que a sentença saia ainda hoje. 

Antes, o debate entre acusação e defesa foi marcada pela troca de agressões verbais entre o advogado de defesa, Marcos Aparecido dos Santos Ércio Quaresma, e o promotor, Henry Castro, com direito a termos como "verme", "crápula", "vagabundo" e "alienígena". 

Promotor acusa advogado de defesa de 'proteger criminosos'

Primeiro a falar, o promotor Henry Castro acuso acusou o advogado de defesa de ter orientado três acusados pelo crime a não se entregarem num momento em que o filho de Eliza Samudio ainda estava em cativeiro.

"Esse advogado, não se sucumbe à decência. Seu cinismo pérfido envergonha a advocacia. Um tipo de gente que se presta a proteger criminosos".

'Cabra macho que não honra as calças que usa'

Logo após a fala do promotor, foi dada a palavra ao advogado de defesa, Ércio Quaresma. "Cearense, cabra macho que não honra as calças que usa", disse sobre o promotor. "Garboso, com goma no cabelo".

O advogado de Bola citou, por diversas vezes, o fato de ter sido preso com crack, a questão do seu vício e sua suspensão por 90 dias da OAB (Ordem dos Advogados do Brasil). "Talvez o crack tenha matado meus neurônios, mas não matou meu caráter"

Em sua fala, Quaresma citou Bola apenas duas vezes. Na maior parte do tempo, criticou a cobertura do caso pela imprensa e as investigações contra Bola (conduzidas pelo ex-delegado Edson Moreira).

"Uma investigação e um inquérito, manipulados, cheios de provas inidôneas", afirmou.

'Verme' e 'vagabundo'

Em sua última fala (tréplica), o promotor voltou a atacar o advogado de Bola, dizendo que foi “espirrado da mais baixa sarjeta”.

"Este advogado canalha, crápula, estúpido e vagabundo. Que já deveria ter sido expulso da OAB (Ordem dos Advogados do Brasil). Advogado desse verme (Bola) sentado nessa cadeira", disse o promotor.

'Alienígena'

Na sua tréplica, Quaresma chamou o promotor de “alienígena” e ainda utilizou um boneco, que retirou de uma mala, aludindo ser o promotor e o mostrou aos jurados.

“Não se deixem ser manipulados por ele”, disse, enquanto equilibrava o boneco, que era segurado por cordas.