Marcha das Vadias acontece em SP, BH e Recife neste sábado (25)
As cidades de São Paulo, Belo Horizonte e Recife serão palco, neste sábado (25), da Marcha das Vadias, coletivo feminista sem vínculos com partidos e organizações institucionais. Amanhã (26), o protesto ocorrerá em Porto Alegre.
Na capital paulista, onde a marcha ocorre pela terceira vez, o tema será “Quebre o Silêncio”, que incentiva as mulheres vítimas de violência a denunciar os agressores. Os manifestantes irão se concentrar na praça do Ciclista, na avenida Paulista, perto do metrô Consolação, a partir de 12h.
Às 14h, começa o ato. Os manifestantes irão caminhar pela avenida Paulista até a rua Augusta, uma das mais conhecidas zonas de prostituição da cidade, e seguir até a praça Roosevelt. O mesmo trajeto foi realizado nas últimas duas edições da marcha.
Em 2011, na primeira edição, o ato reuniu algumas centenas de manifestantes. No ano passado, foram cerca de 2.000. Na página da marcha paulistana no Facebook, mais de 6.900 pessoas confirmaram presença até 22h desta sexta-feira (24).
No ato, os manifestantes irão distribuir milhares de cartões com informações sobre a violência contra a mulher e orientações de como denunciar os agressores. Durante a concentração, os ativistas farão oficinas de cartazes e stencil, além de performances.
Onde o movimento surgiu?
A primeira Marcha das Vadias ocorreu em Toronto, no Canadá, depois que um policial pediu, em meio uma onda de violência sexual na região, que as estudantes da Universidade de Toronto que evitassem se “vestir como vadias” para que não fossem vítimas de estupro. A declaração, feita em janeiro de 2011, causou indignação e, em 3 de abril, um ato batizado de Slut Walk (Marcha das Vadias ou das Putas, em inglês), que reuniu 3.000 manifestantes. De lá para cá, a ideia foi se alastrando para várias cidades.
No material de divulgação do ato, a marcha mostra dados do governo federal sobre a violência contra a mulher no Brasil, onde, por dia, 2.175 mulheres denunciam agressões no telefone 180. Em 89% dos casos, o agressor é o companheiro ou ex-companheiro.
Nos casos de violência sexual, em 65% das vezes o estuprador era parente ou conhecido da vítima. Segundo o CNJ (Conselho Nacional de Justiça), o Brasil é o 7º país no ranking mundial de homicídios contra as mulheres.
Belo Horizonte e Recife
Em Belo Horizonte, a concentração terá início às 13h, na praça da Rodoviária. Às 14h, a marcha começa, em direção à praça da Estação, passando pela rua Guaicurus. Da praça da Estação, a marcha sobe a rua da Bahia até chegar à praça da Liberdade.
Por que “vadias”?
O movimento diz que utilizou o termo para ressignificá-lo e ironizar o “ideário disseminado pelo patriarcado”, que “ensina que vadia é uma mulher vulgar, promíscua, que não esconde seus desejos sexuais e que isso é algo negativo.”
A proposta do coletivo é enfrentar o pensamento que culpa a mulher “provocante” por atos de violência sexual. “[A marcha] defende que atender a seus próprios desejos, independentemente do julgamento alheio, é uma demonstração de liberdade e autonomia.”
Os organizadores da marcha farão atividades preparatórias, como debates e oficinas de cartazes, a partir das 10h, na praça da Rodoviária, no departamento de Psicologia da PUC-SP e na Faculdade de Direito da UFMG (Universidade Federal de Minas Gerais).
No Recife, a marcha começa às 14h, com concentração na praça do Derby. Na divulgação do ato no Facebook, os organizadores do Recife frisam que o ato “não é um evento sobre sexo, é sobre violência.”
Porto Alegre e outras cidades
A versão porto-alegrense da marcha será realizada amanhã, às 16h, com concentração no Monumento ao Expedicionário, no parque Farroupilha, na Redenção.
Estão programadas marchas, neste fim de semana, em Florianópolis, Fortaleza, São Luís, Aracaju, Rio das Ostras (RJ), Campinas, São Carlos, Bauru, Sorocaba e São José dos Campos (todos em SP).
Médicos também protestam
Também acontecem, neste sábado, protestos de médicos e estudantes de medicina contra a vinda de 6.000 profissionais cubanos para atuar em áreas carentes de agentes da saúde. Em São Paulo, o ato está sendo puxado pela APM (Associação Paulista de Medicina).
O ato começará às 10h no largo São Francisco, centro da capital, e terá a participação de entidades como CRM-SP (Conselho Regional de Medicina de São Paulo), Sindicatos dos Médicos, Associação Brasileira de Cirurgiões-Dentistas, OAB-SP, CRO-SP (Conselho Regional de Odontologia de São Paulo), entre outros, segundo os organizadores.
Em nota, a APM disse esperar 2.000 manifestantes no ato. Os organizadores prometem soltar dez mil bexigas verde e amarela no largo São Francisco.
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