Após projeção apontar vitória da extrema direita, Macron pede manifestação

O presidente da França, Emmanuel Macron, pediu uma ampla manifestação popular no segundo turno após projeções das eleições legislativas no país apontarem vitória da extrema direita.

O que aconteceu

Macron pediu "grande manifestação democrata e republicana" no segundo turno contra o partido RN (Rassemblement National, Reunião Nacional em português), liderado por Marine Le Pen. O presidente francês também disse que a ampla participação nas urnas mostra a vontade de "esclarecer a situação política".

O objetivo é evitar que o RN consiga maioria, e assim, escolha um primeiro-ministro. A liderança dos partidos de esquerda anunciou que está disposta a retirar seus candidatos no segundo turno se um nome apoiado por Macron tiver mais chance de vencer a extrema direita.

Esquerda está disposta a retirar candidatos e apoiar nome indicado por Macron. Jean-Luc Mélenchon, líder da esquerda, anunciou que os partidos estão dispostos a retirar seus candidatos de um segundo turno se um nome apoiado por Macron estiver em melhor posição para vencer a extrema direita. A orientação é clara: não deixar que o RN vença "em hipótese alguma".

Gabriel Attal, o primeiro-ministro, anunciou que vai determinar que candidatos da base de coalizão que terminarem em terceiro lugar em suas regiões vão abrir mão do segundo turno para poder apoiar nomes da esquerda. A meta é a de formar uma coalizão capaz de impedir que a extrema direita forme maioria absoluta para escolher um novo governo.

Nosso objetivo é claro: impedir uma maioria por parte da RN e de seu projeto funesto. Gabriel Attal, em seu discurso

Le Pen disse que "nada é mais saudável do que alternância na política". "Chamo vocês a se juntarem a essa coalizão de liberdade, segurança e unidade. Nenhum francês vai perder direitos neste 30 de junho, a esperança renasce neste país", declarou ela, cujo partido defende maior controle nas leis de imigração e políticas para diminuir contratação de estrangeiros no país.

Franceses foram à urna hoje após Macron dissolver a Assembleia Nacional no último dia (10). Presidente quis dar demonstração de força após extrema-direita ganhar força nas eleições para o Parlamento europeu.

Primeiras estimativas apontam RN com 34,2% dos votos; 29,1% da coalizão de partidos de esquerda e 21,5% pela maioria presidencial de Macron. A eleição é apenas para o parlamento francês e não altera o mandato do presidente, que se encerra em 2027.

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Macron dissolveu Parlamento após resultado das eleições europeias

O presidente da França dissolveu a Assembleia Nacional e convocou eleições legislativas antecipadas após a votação para eleger os representantes da França no Parlamento Europeu. Antecipação das eleições não afeta a permanência de Macron no cargo, que segue o mandato até 2027.

Macron disse que resultados foram um 'desastre' que não pode ser ignorado. Em uma aposta política de alto risco, a menos de dois meses das Olimpíadas de Paris, o presidente francêsainda classificou o aumento dos "nacionalistas e demagogos" no Parlamento Europeu como um "perigo".

É a primeira vez desde 1997 que um presidente dissolve o Parlamento na França. A última vez que isso aconteceu foi sob o governo de direita de Jacques Chirac. Naquela época, porém, foi a esquerda que saiu vitoriosa, forçando Chirac a governar com rivais até o final do mandato.

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