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Polícia investiga denúncia de bebê que teria recebido leite na veia em Jacareí (SP)

Jacareí está a 84 km de São Paulo - Arte UOL
Jacareí está a 84 km de São Paulo Imagem: Arte UOL

Eduardo Schiavoni

Do UOL, em Americana (SP)

04/06/2013 14h45

A Polícia Civil em Jacareí (84 km de São Paulo) investiga a denúncia de que um bebê prematuro de seis meses teria recebido a aplicação de leite na veia em vez de remédios.

Uma técnica de enfermagem que trabalha na UTI (Unidade de Terapia Intensiva) do Hospital São Francisco de Assis foi a responsável pela troca, que ocorreu na última sexta-feira (31) e foi registrada no domingo através de boletim de ocorrência.

A denúncia foi feita pelos pais do bebê, e o hospital afastou a funcionária. Em depoimento nesta segunda-feira (3), a técnica admitiu o erro, segundo a polícia. A técnica de enfermagem pode ser indiciada por lesão corporal culposa (sem intenção de matar), cuja pena é de dois meses a um ano de prisão.

Segundo a família, o bebê estava com um tubo ligado na veia do pescoço, que era para aplicar soro e medicação, e outro que enviava leite até o estômago da criança. A técnica de enfermagem trocou os locais e chegou a aplicar leite na veia, mas foi contida pelo pai da criança, o mestre de obras Roberto Ferreira, 44.

“Eu vi o erro e comuniquei ao hospital. Se eu não chego, acho que minha filha tinha morrido”, disse. Segundo Ferreira, a mãe da criança, Ana Paula Ferreira, 27, chegou a chamar a atenção da técnica de enfermagem para evitar o erro. “Quando entrei na UTI, vi a enfermeira injetando o leite na veia da minha filha. Graças a Deus, cheguei a tempo de socorrê-la”, disse. 

Ele informou que não sabe ainda se irá tomar medidas judiciais contra o hospital. O bebê teve piora no quadro de saúde, mas se recuperou e não corre risco de vida, segundo a família. O hospital não informou o estado de saúde da criança, a pedido dos pais.

Sem experiência

Segundo o delegado seccional de Jacareí, Talis Prado Pinto, que conduz as investigações, a funcionária disse que trabalhava havia um mês no hospital e afirmou não ter experiência para cuidar de crianças na UTI.

“Ela disse que se enganou, que foi uma fatalidade e que não houve nenhuma intenção. Foi uma confusão dela”, afirmou Pinto. O delegado informou que irá ouvir, nesta semana, representantes do hospital para concluir as investigações. O prazo oficial é de 30 dias para que os trabalhos sejam finalizados. "Mas vamos acabar a investigação bem antes e encaminhar o material à Justiça", disse.

O São Francisco de Assis informou, em nota, que afastou a funcionária e abriu sindicância para apurar o caso. “Diante da denúncia levantada, para segurança do paciente, o Hospital São Francisco afastou imediatamente a funcionária de suas funções e abriu uma sindicância interna”, disse a diretora clínica da unidade, Mônica Monti Braga, na nota oficial.