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Após denúncia de café com leite na veia, laudo aponta que idosa morreu de infecção no RJ

Parente mostra foto de Palmerina Ribeiro durante seu enterro - Rafael Moraes/Parceiro/Agência O Globo
Parente mostra foto de Palmerina Ribeiro durante seu enterro Imagem: Rafael Moraes/Parceiro/Agência O Globo

Carolina Farias

Do UOL, no Rio

05/06/2013 11h21Atualizada em 05/06/2013 15h02

O Coren (Conselho Regional de Enfermagem) do Rio de Janeiro divulgou nesta quarta-feira (5) o laudo cadavérico de Palmerina Pires Ribeiro, 80, cuja morte, em outubro do ano passado, levantou a suspeita de que ela teria recebido uma injeção de café com leite na veia. O documento mostra, no entanto, que a idosa morreu por infecção pulmonar e urinária, além de evidenciar que seu sangue não tinha alterações.

O caso ocorreu no PAM (Posto de Atendimento Médico) de Vilar dos Teles, em São João do Meriti, na Baixada Fluminense. Na ocasião, duas estudantes foram indiciadas por homicídio culposo (sem intenção de matar): uma responsável por injetar o líquido na idosa, e outra que estava na sala no momento da aplicação. O inquérito foi concluído pela 64ª DP e encaminhado para o MPF (Ministério Público Federal).

Por meio da assessoria de imprensa, o MPF informou que o laudo divulgado pelo Coren - que foi elaborado pela perícia da Polícia Civil - não é o definitivo. O órgão informou que realiza outras diligências para não afastar a causa da morte por injeção de café com leite na veia da paciente. O procedimento é realizado pela 8ª Promotoria de Investigação Penal de Duque de Caxias, também na Baixada.

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O laudo, assinado pelo perito legista Paulo Reigota, não evidencia a presença “de substância atípica (leite)” no sangue da idosa, que tinha aspecto normal. Também não foram constatados sinais de embolia gordurosa cardíaca e pulmonar, o que, de acordo com o Coren, afasta a possibilidade de a paciente ter recebido café com leite por alguma veia.

Vítima de uma infecção renal, Palmerina estava internada havia dez dias, mas se recuperava bem. A idosa tinha uma sonda pela qual se alimentava e outra por onde recebia soro. Na época, em depoimentos, a estagiária confessou que teria se confundido e depositado o café com leite na sonda do soro.

O caso aconteceu menos de uma semana depois de uma denúncia semelhante ser registrada na Santa Casa de Misericórdia de Barra Mansa, no sul do Rio. A aposentada Ilda Vitor Maciel, 88, morreu após supostamente ter recebido sopa pela veia. Uma funcionária teria confundido a sonda pela qual a mulher se alimentava, pelo nariz, com aquela por onde recebia soro, na veia.