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Sobe para 31 o número de feridos em confronto durante protesto no Rio

O protesto no Rio reuniu cerca de 100 mil pessoas - Fabio Teixeira/UOL
O protesto no Rio reuniu cerca de 100 mil pessoas Imagem: Fabio Teixeira/UOL

Da Agência Brasil, no Rio

18/06/2013 13h28

Ao menos 31 pessoas, entre elas 20 policiais militares, ficaram feridas durante a manifestação no centro da capital, na noite de segunda-feira (17). Onze civis foram encaminhados para o Hospital Municipal Souza Aguiar, na Praça da República. A Secretaria Municipal de Saúde informou que oito pessoas já foram liberadas e três permanecem internadas na unidade, com quadro estável.

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José Mauro Valente, baleado no tórax, foi submetido a uma cirurgia e seu estado de saúde é estável; Leandro Zalombinho foi atingido por um tiro na coxa esquerda e também tem situação estável; Gleison de Oliveira está na ala ortopédica e os médicos ainda avaliam se haverá necessidade de cirurgia. Ele ficou ferido depois de cair de uma escada.

Segundo a Secretaria de Segurança do Rio de Janeiro, os 20 PMs feridos foram socorridos no local e alguns foram levados para hospitais da cidade. Um deles teve o braço quebrado após ser espancado por um grupo de manifestantes e outro foi ferido na cabeça.  A secretaria ainda não informou o estado de saúde dos policiais.

A ação no centro da capital fluminense reuniu grande número de pessoas que protestavam contra o aumento da passagem, de R$2,75 para R$2,95, e os gastos excessivos para a realização da Copa do Mundo e da Copa das Confederações no Brasil. Por volta das 20h, o ato ficou violento. Dois carros foram queimados e coquetéis molotov foram atirados contra a Assembleia Legislativa do estado. O Paço Imperial, na Praça XV, a Igreja do Carmo, agências bancárias e estabelecimentos comerciais também foram alvo de manifestantes.

Entenda

A insatisfação que levou milhares às ruas em São Paulo e Rio de Janeiro nos últimos dias, em manifestações que resultaram em inúmeros atos de violência, depredação e confrontos com a polícia, vai além do descontentamento com a elevação na tarifa do transporte público. E no momento em que o Brasil está sob os holofotes às vésperas de receber grandes eventos internacionais, o movimento ganha corpo e se espalha por outras capitais do país.

Desde a semana passada manifestantes, em sua maioria jovens e estudantes, têm protestado contra o aumento de 20 centavos nas tarifas do transporte público em São Paulo --foi de R$ 3 para R$ 3,20. Autoridades descartam rever o preço e argumentam que o reajuste, inicialmente previsto para janeiro, foi postergado para junho e veio abaixo da inflação.

Para a professora Angela Randolpho Paiva, do Departamento Ciências Sociais da PUC-RJ, o movimento emana de uma insatisfação difusa de estudantes. "É um grupo de estudantes, inclusive estudantes de classe média que estão na rua num momento de uma catarse mesmo. Quer dizer, os 20 centavos foram estopim para muita insatisfação com o que está acontecendo, e tomara que usem essa energia para outros protestos."

"Eu diria que tem uma insatisfação quando você vê que esses eventos [Copa das Confederações e Copa do Mundo] têm prioridade número um na gestão pública. Todo dinheiro é gasto nisso", disse. "Uma coisa é certa, o poder das redes sociais. Isso não pode ser desprezado em hipótese nenhuma. Essa questão da passagem é muito inesperado ter tomado essa proporção", disse.

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