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Vaticano quebra protocolo e chama argentinos com síndrome de down para encontro com o papa

Guilherme Balza

Do UOL, no Rio

24/07/2013 19h08Atualizada em 24/07/2013 20h22

Três jovens argentinos com síndrome de down foram escolhidos pelo Vaticano entre os vários peregrinos que estão nas imediações do hospital da Venerável Ordem Terceira da Penitência, nesta quarta-feira (24), na Tijuca, na zona norte do Rio de Janeiro, para acompanhar a visita do papa Francisco ao local.

Naturais de Rosário, situada a 300 quilômetros de Buenos Aires, Camila Merida, 16, Martina Mailandi, 17, e Manuel Castello, 14, viajaram à capital fluminense para a Jornada Mundial da Juventude, e se disseram surpresos com a oportunidade de cumprimentar o pontífice.

A seleção foi feita pela equipe de segurança do Vaticano momentos da chegada de Francisco ao hospital. Não havia nada previsto no roteiro da passagem do chefe da Igreja Católica pela Ordem Terceira da Penitência --apenas pessoas com convites puderam entrar no pátio onde há a recepção ao papa.

No local, o santo padre participa da inauguração de um complexo de atendimento para dependentes químicos. Francisco ouve neste momento relatos de jovens que conseguiram superar o vício após atendimento promovido pela instituição vinculada à Igreja Católica.

“É tudo muito emocionante. Nós pensávamos em vir a Jornada Mundial da Juventude, mas não imaginávamos que iríamos estar com o papa. Tocamos os céus com a mão”, disse Claudia Grappa, diretor da escola de Santa Maria.

Segundo ela, os jovens organizaram festas no colégio e até venderam tortas para arrecadar dinheiro e viajar ao Rio. “Foi muito esforço para chegar aqui. Venderam tortas, organizaram bailes para juntar dinheiro e ver o papa.”

Falta de estrutura e chuva

O frio e a chuva que castigam o Rio de Janeiro desde o início desta semana não fizeram com que dezenas de católicos fossem ao hospital da Tijuca na expectativa de ver o papa Francisco. Porém, o mau tempo e a falta de estrutura no local atrapalharam a entrada dos convidados e o trabalho da imprensa.

A cerimônia com a presença do pontífice é realizado em um pátio ao ar livre, e muitos convidados são obrigados a utilizar guarda-chuvas ou capas de proteção. Alguns foram obrigados a sentar em cadeiras molhadas.

Houve até quem se acidentasse na chegada ao hospital, a exemplo de uma freira que escorregou em virtude de o chão estar molhado pela chuva fina. Ela teve um ferimento na cabeça e foi atendida por militares do Exército. Uma outra religiosa também escorregou, mas não se machucou.

Já os jornalistas estão confinados em um pequeno espaço distante do local da cerimônia. Os profissionais são prontamente repreendidos pela assessoria de imprensa da Jornada Mundial da Juventude quando tentam se locomover.