Em aeroporto do Rio, jovens apelidam evento com papa de "Jornada Mundial da Fila"

As filas que se formam nos guichês do aeroporto Santos Dumont nesta segunda-feira (29) são a "última etapa" que os peregrinos que deixam a cidade têm de cumprir. Nos guichês, as filas de quem embarcaria, principalmente para São Paulo, dava voltas nas divisórias.  No local, os jovens apelidaram o evento de “Jornada Mundial da Fila".

Havia pelo menos quatro colunas de fila no check-in da TAM. Na Gol, as filas eram menores na hora do almoço, mas pela manhã chegaram a ter cinco colunas de extensão. A espera durava em média de 40 minutos a uma hora. Como em outras situações da Jornada Mundial da Juventude, os peregrinos cantavam e aproveitavam para tirar fotos enquanto esperavam.

Um grupo de peregrinos de Tatuí (SP) chegou  bem mais cedo ao aeroporto para fazer o check-in --por volta das 11h, eles aguardavam na fila, mas o voo é somente às 20h. A ideia era ficar livre do check-in e passear pelo centro da cidade para compensar as filas que eles pegaram durante a Jornada, principalmente em Copacabana. "Era uma hora de fila no banheiro", disse Vanessa da Silva Dias, 20.

Ela e os amigos disseram ter perdido dois dias por causa de informações erradas sobre a retirada dos kits peregrinos, além de entrarem erroneamente em uma fila que durou sete horas.

"Quando chegamos, nos mandaram ao sambódromo. Ficamos sete horas na fila e nos informaram que não era lá, mas em Santa Cruz (zona oeste). No dia seguinte fomos para lá e ficamos mais sete horas pra pegar o kit", disse Gabriel Dias, 19. "No sábado foram mais três horas para pegar o kit do lanche", contou Luiz Guilherme Isensu, 17. "Foi tudo muito desorganizado. Foi a Jornada Mundial da Fila", brincava.

O grupo da cidade de Ipiranga (SP) passou longos períodos em filas durante a Jornada. Foram dez horas para pegar o kit peregrino e doze horas para conhecer o Cristo Redentor, entre outras esperas. No aeroporto Santos Dumont, na que esperava ser sua última fila, a professora disse que desistiu de pegar o kit vigília, com o lanche, porque soube que havia 6 km de espera.

"Aqui nessa fila até que está tranquilo, depois de pegarmos mil filas", disse a professora Fabiana Soucek, 36.

Sandra Ferreira Carrigio da Silva, 49, dividiu seu grupo de oito pessoas em dois para conseguirem pegar os kit lanche e ainda guardar um lugar nas areias de Copacabana, onde ocorreu a vigília no sábado (27). Mas a tática não funcionou muito bem.

"Ficamos quatro horas e meia na fila do kit e quando chegamos à praia não conseguimos passar por causa da grade. Além disso, os kits eram pesados e alguns abriram durante a caminhada", disse enquanto esperava na fila do embarque no aeroporto.