'Maxilar destruído', diz avó de jovem que levou tiro em abordagem policial
No sábado (22), Gustavo Henrique da Silva Minduri, 19, levou um tiro durante uma abordagem policial em Caldas Novas, Goiás. O jovem, que trabalha como entregador, pilotava uma moto quando foi atingido.
O que aconteceu
Câmeras registraram momento. Câmeras de segurança registraram o momento em que Gustavo se aproxima de uma abordagem policial e é atingido. Ele cai da moto, tira o capacete e deita no chão.
Procurada, a Polícia Militar de Goiás não informou o motivo do disparo. Rafael Nogueira Alves, oficial de comunicação, afirmou que, após tomar conhecimento do ocorrido, a corporação determinou a instauração de um inquérito para apurar as circunstâncias dos fatos e o afastamento do militar das atividades operacionais. "A Polícia Militar reafirma seu compromisso com o fiel cumprimento da lei e continuará colaborando plenamente com as autoridades judiciárias", informou o oficial.
Entregador está na UTI. Gustavo Minduri está internado na UTI do Hugol (Hospital Estadual de Urgências Governador Otávio Lage de Siqueira) em estado gravíssimo. Fernanda Rosa da Silva, avó do entregador, disse ao UOL que o rosto do neto está desfigurado.
Maxilar "destruído" e risco de vida. "O maxilar dele está todo destruído e será necessária uma reconstrução. Além disso, ele precisou fazer uma traqueostomia porque não consegue respirar sozinho e o esôfago está muito prejudicado, o que é a principal preocupação dos médicos, que disseram que infelizmente ele corre risco de vida", contou Fernanda. Além do esôfago, a avó da vítima esclarece que os pulmões e o baço de Gustavo também foram atingidos.
Peço justiça para que essa tentativa contra a vida do Gustavo não se repita com mais ninguém, com o filho ou neto de ninguém. Que isso não se torne apenas mais um número nas estatísticas policiais. Precisamos do apoio das autoridades para garantir que esse tipo de violência não aconteça novamente. Justiça pelo Gustavo é o que peço. Ele não tinha passagem, não é bandido. É um menino trabalhador. Fernanda Rosa da Silva, avó de Gustavo
Família do entregador tenta entender o que ocorreu. Segundo a avó, testemunhas informaram que Gustavo não fazia manobras, tampouco demonstrou algum tipo de risco para quem estava na festa junina. "Não buscamos vingança, mas queremos respostas. O médico disse que o tiro foi disparado dentro da boca do meu neto, mas por quê? Mesmo se ele estivesse errado, não merecia ter levado um tiro quase fatal", disse.
Caso é investigado pela Delegacia de Polícia de Caldas Novas. Procurada, a delegacia não se manifestou.
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