UOL na JMJ: O papa era o foco, mas a notícia estava ao redor

Jornalistas têm cada vez mais dificuldades de falar com os protagonistas das notícias, sejam eles políticos, artistas ou jogadores de futebol.

Cercados por complexos aparatos de proteção, que incluem seguranças, assessores de imprensa e, não raro, especialistas em imagem, essas figuras tentam – e, com frequência, conseguem – controlar como vão aparecer na mídia.

A visita do papa Francisco ao Rio para acompanhar a Jornada Mundial da Juventude foi um momento interessante para os jornalistas que o acompanharam.

A falta de acesso direto ao personagem principal da cobertura não atrapalhou em nada. Ao contrário, não faltaram boas histórias ao redor para contar.

Para mim, foi uma experiência muito rica. Logo no primeiro dia, por sorte, estava ao lado dos pais de um dos bebês que o papa beijou em seu passeio pelo centro da cidade.

Assisti a um culto da Igreja Universal, no qual o pastor criticou a decisão da prefeitura de decretar feriado por causa da visita do papa.

Entrevistei o diretor Ulysses Cruz, responsável pela encenação da Via Sacra, que revelou um veto do Vaticano.

Conversei com dezenas de jovens para descrever as dificuldades enfrentadas na cidade, que chamei de "Via Crucis do peregrino".

E relatei a peregrinação de 9,5km, da Central do Brasil a Copacabana, que me chamou a atenção pela desorganização e pela alegria dos fiéis.